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Conheça diferentes fatos culturais e históricos que marcam a identidade da região
15 de abril de 2025
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Por Ana Carolyna Gonçalves Barboza,
mestranda em Comunicação Social e assistente do Núcleo de Comunicação
Quantas tramas compõem a Região Metropolitana de Belo Horizonte?
Anteriormente, aqui no Blog do Espaço, conhecemos fatos intrigantes sobre as paisagens naturais, a arquitetura e a cultura dessa região tão diversa e multifacetada. Porém, muitas outras curiosidades nos aguardam!
Confira abaixo mais cinco aspectos encantadores sobre cidades que fazem parte da RMBH e do Colar Metropolitano:
Festival da Jabuticaba, em Sabará. (Créditos: Divulgação/Prefeitura Municipal de Sabará).
Com uma herança cultural e histórica marcada pela fruta, Sabará é reconhecida nacionalmente pela produção de jabuticaba. O “ouro preto” da cidade, como ficou conhecida a jabuticaba, se tornou uma das principais fontes econômicas, para além da extração de minérios que era realizada no período colonial, devido às suas três safras anuais e aos seus inúmeros derivados. Desde 1987, Sabará realiza o tradicional Festival da Jabuticaba, que reúne produtores locais, chefs de cozinha, residentes e turistas para prestigiarem uma variedade de licores, compotas, molhos, doces, vinhos e geleias.
A importância da fruta é tão grande que, em 2008, o festival foi tombado como Patrimônio Histórico Cultural e a jabuticaba passou a ser Patrimônio Imaterial da cidade. Já em 2018, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu a Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para os derivados de jabuticaba em Sabará. O registro de IG permite delimitar uma área geográfica, identificando a origem e restringindo o nome “jabuticaba de Sabará” aos produtores e prestadores de serviços da região. O selo de origem foi concedido em nome da Associação dos Produtores de Derivados de Jabuticaba de Sabará e demonstra o alcance da qualidade, criatividade e técnica gastronômica que envolve a produção da fruta e seus produtos.
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Raposos. (Créditos: Reprodução/Arquidiocese de BH).
Construída por volta do ano de 1690, em Raposos, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição está entre as igrejas mais antigas de Minas Gerais e é considerada a primeira matriz do estado. Com obras da primeira fase do barroco, em estilo português, a igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Erguida inicialmente como uma ermida de pau-a-pique, a construção do monumento religioso se aprimorou e hoje também conta com obras assinadas por diferentes artistas, incluindo Aleijadinho, com destaque para os altares, a pintura a óleo no teto e os púlpitos laterais. De forma imponente no cenário do centro histórico de Raposos, a igreja também marca a história da cidade.
Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas. (Créditos: CBH Velhas/Arquivo IEF).
Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas. (Créditos: Circuito das Grutas).
Localizada na cidade de Sete Lagoas, a Gruta Rei do Mato integra a Rota das Grutas Peter Lund – percurso que inclui os locais por onde o naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880) passou durante suas pesquisas. O primeiro mapeamento documentado da Gruta Rei do Mato foi feito pela Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE), em 1973, e somente em 2009, a área foi alçada a monumento natural. A Gruta possui 998 metros de extensão, dos quais 220 metros estão abertos à visitação, e é considerada pela Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) uma das mais belas grutas do país e uma das 50 maiores cavernas de Minas Gerais. Além de uma cavidade natural subterrânea de grau de relevância máxima e formações rochosas raras, a Gruta também conta com uma “grutinha” que preserva pinturas rupestres feitas há mais de 6.000 anos.
Existem diferentes histórias para o nome da caverna, mas todas as versões incluem um personagem que frequentava a floresta e a gruta, apelidado de “o rei do mato”. Outra curiosidade deste importante sítio arqueológico relata que os especialistas a consideram uma gruta “viva”, pois, devido à ação da água, está em contínuo processo de formação.
Centro Histórico de Santa Luzia. (Créditos: Isabela Lapa, via Coisas de Mineiro).
Centro Histórico de Santa Luzia. (Créditos: Isabela Lapa, via Coisas de Mineiro).
Com destaque para o comércio, no século XIX, e para a indústria, no século XX, Santa Luzia se tornou uma importante referência para a negociação de mercadorias e a efervescência artístico-cultural da época. O centro histórico da cidade possui ambiência peculiar, composto por tecido urbano característico do período colonial mineiro, edificações erguidas em adobe e pau-a-pique, exemplares de arquitetura eclética e o sinuoso e orgânico traçado das ruas.
Tombado em 1998 pela, à época, Secretaria de Estado de Cultura (SEC), o centro histórico de Santa Luzia evidencia a Igreja Matriz de Santa Luzia e as edificações em seu entorno, por meio de duas vias principais: a Rua Direita e a Rua Floriano Peixoto. Seguindo a tradição que se manteve em diversas cidades históricas, a Rua Direita foi assim batizada pelos colonizadores portugueses. Isso porque, em localidades de Portugal, incluindo a capital Lisboa, também é possível encontrar diferentes “Ruas Direitas” que indicam a rua localizada à direita da principal igreja da cidade. No caso de Santa Luzia, a rua se prolonga da Igreja Matriz até a Capela de Nosso Senhor do Bonfim. A Rua Direita também abrigava as principais famílias da cidade e concentrava o poder religioso, executivo, legislativo e judiciário.
Cachoeira na Serra do Cipó. (Créditos: Raquel Domingues/Portal BH).
O município de Jaboticatubas está localizado na Serra do Espinhaço, declarada Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e 80% de seu território integra a área do Parque Nacional da Serra do Cipó. Com rica diversidade em sua fauna e flora, a Serra do Cipó possui imensa relevância para a conservação de ecossistemas, como o Cerrado e os campos de altitude, e de cabeceiras de afluentes do rio São Francisco (vertente leste) e do rio Doce (vertente oeste).
Repleta de atrativos turísticos naturais, Jaboticatubas também conta com as cachoeiras da Serra da Contagem e da Serra do Bené, as piscinas naturais do Rio Bom Jardim, os impressionantes cânions das Bandeirinhas, em um percurso de 12 km, e as quedas d’águas do rio Jaboticatubas, em São José da Serra.
Você já conhecia alguma dessas curiosidades? Caso queira descobrir novas perspectivas únicas sobre a Região Metropolitana de Belo Horizonte, não deixe de conferir a recém inaugurada exposição “Olhares Metropolitanos”, no 5º andar do Espaço do Conhecimento UFMG. A mostra fotográfica reúne 16 registros selecionados no âmbito de um concurso homônimo, realizado como parte da programação complementar da exposição de curta duração “MetropoliTRAMAS” (disponível no 2° andar do museu), e celebra a pluralidade de culturas e vivências metropolitanas por meio da fotografia de residentes da RMBH e do Colar Metropolitano. A entrada é livre e gratuita, durante todos os dias de funcionamento do Espaço do Conhecimento (terça a domingo, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h às 21h). Esperamos você!
Referências
Festival da Jabuticaba – Sabará.
Festival da Jabuticaba de Sabará.
Sabará, a terra da jabuticaba.
Turismo em Minas Gerais | Raposos.
Turismo em Minas Gerais | Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição.
A Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Raposos.
Circuito das Grutas – Rota Peter Lund.
Circuito das Grutas – Gruta Rei do Mato.
7 Ruas Direitas em Minas Gerais.
As cores da Rua Direita, em Santa Luzia.
Bens Tombados: Centro histórico de Santa Luzia.
