O desastre ocorrido em Brumadinho, no dia 25 de janeiro do último mês, não deixa dúvidas quanto à necessidade de repensar a exploração de minério de ferro no Brasil. Os problemas que envolvem essa atividade, no entanto, não se resumem ao rompimento das barragens de rejeitos: desde seu surgimento, há mais de meio século, a mina do Córrego do Feijão tem transformado o ambiente e a comunidade local. Analisar esse cenário é a proposta do Café Controverso de fevereiro, que acontece no dia 23, às 10h, no Espaço do Conhecimento UFMG.
Para falar sobre o tema A mina do Feijão antes do rompimento: uma perspectiva histórica, o museu recebe o geólogo especialista na área de economia e política mineral e professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Claudio Scliar. Debate com ele o também geólogo e professor de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) Paulo de Tarso.
Gratuito, o evento conta ainda com a participação do público, que pode fazer perguntas aos especialistas.
Os conflitos do minério
A cidade de Brumadinho está localizada no Quadrilátero Ferrífero. Para compreender o papel que a mineração desempenha na região, todavia, é necessário ir além da questão geográfica e tratar do contexto histórico do aproveitamento de minério. Claudio Scliar explica que é preciso situar o desastre em um momento político e econômico do Brasil e do mundo. “São vários os embates que existem em qualquer atividade econômica. A tragédia, o desastre, o crime é um reflexo de conflitos pelos diferentes usos do território”, aponta o geólogo.
O quadro descrito por Scliar reflete bem a situação da cidade, marcada pela coexistência da atividade mineradora e turística, e pela ocupação da comunidade, fauna e flora no espaço. Para o professor Paulo de Tarso, essa relação já é difícil há muito tempo. Antes do rompimento da barragem, questões como a degradação, a modificação da paisagem e as dificuldades viárias, por exemplo, já se manifestavam. “Os problemas ambientais sempre existiram, mas não eram percebidos por conta da legislação”, pontua. No debate, o geólogo da Ufop abordará o histórico de leis ambientais que envolvem a mineração no país.
Os mais de 50 anos da mina do Córrego do Feijão serão discutidos a fundo no Café Controverso de fevereiro. Para participar do evento, não é necessário realizar inscrição prévia.
Participa UFMG
O evento integra a programação do Participa UFMG – Brumadinho, programa da Universidade que visa a assistir a população atingida pelo rompimento com ações de curto, médio e longo prazo.
Café Controverso – A mina do Feijão antes do rompimento: uma perspectiva histórica Quando: Sábado, 23 de fevereiro, às 10h Convidados: Claudio Scliar e Paulo de Tarso Onde: Cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG – Praça da Liberdade, 700, Funcionários, BH Entrada gratuita |
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