Impressão tipográfica, uma escola esquecida – Espaço do Conhecimento UFMG
 
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Impressão tipográfica, uma escola esquecida

 

O livro nem sempre foi da forma como conhecemos hoje. Durante parte significativa da história, quase ninguém tinha acesso a livros e aos seus conteúdos. Muito por uma dificuldade de reproduzi-los, já que eram manuscritos, mas também por uma questão do poder que o conhecimento traz consigo.

 

Prensa tipográfica

A invenção da impressão tipográfica foi um dos marcos mais importantes da história. A prensa de Guttenberg, criada no século XV, foi usada por muito tempo na impressão de livros e jornais e mudou a forma como vemos o mundo e transmitimos conhecimento. Ela permitiu que a informação circulasse com muito mais agilidade e efetividade, visto que, quando os textos eram copiados à mão, os copistas poderiam alterá-lo. Mesmo a mudança de uma única letra poderia fazer grande diferença na interpretação.

 

 

A prensa tipográfica nada mais é do que uma máquina que imprime as páginas dos livros. As páginas são compostas pelo tipógrafo, montando uma espécie de carimbo, com os tipos móveis. Esses tipos são as letras do alfabeto, além de vírgulas e acentos em diferentes tamanhos que, quando montados, formam uma única matriz para impressão de várias páginas de um livro, por exemplo.

 

 

Técnica peculiar

A evolução das técnicas de impressão fez com que a prensa fosse desbancada há algumas décadas e esquecida. Pouca gente hoje conhece o trabalho artesanal de um tipógrafo, compondo os textos letra por letra, linha por linha.

A tipografia não é apenas a origem dos processos de impressão de livros, mas carrega em si uma característica única, que não pode ser reproduzida com impressoras jato de tinta, a laser e offset – as técnicas mais comuns encontradas nas gráficas nos dias de hoje.

A mistura de tintas e a marca que os tipos deixam, tanto pelo material (madeira, metal, etc.), quanto pelo vinco da letra (a impressão que é deixada no papel pelo contato com o tipo), são exemplos do que torna a impressão tipográfica uma técnica tão peculiar. 

 

 

Hoje em dia, muitos dos tipógrafos que ainda trabalham nessa função, tem se voltado para uma produção mais artística ou ensinado a técnica para artistas, justamente pela forma única de impressão que ela possibilita, e essa acaba sendo uma saída para a sobrevivência de pequenas tipografias.

 

Essa é só uma parte da história que é contada na seção Fábrica da Letra,  da exposição Demasiado Humano. Você já visitou?

 

Para saber mais:

BURKE, Peter. Problemas causados por Gutenberg: a explosão da informação nos primórdios da Europa moderna. Estudos Avançados, v.16, n.44, São Paulo, jan./abr., 2002. 

 MONTEIRO, Júlio Altieri; ROCHA, Renan Lúcio. A prensa, os tipos romanos e os itálicos no mundo textual renascentista. Contemporânea. Ed.18, v.9, n.2, 2011. 

 

[Texto de autoria de Júlia Lobato Maciel, mediadora do Núcleo de Ações Educativas e Acessibilidade]

 

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