7º Festival de Verão da UFMG

Vadiar é preciso, o resto é improviso

Centro Cultural UFMG
Av. Santos Dumont, 174 - Centro
Carnaval 2013
8 a 12 de fevereiro

Falar é proibido em oficina que explora recursos da comunicação visual

30 de janeiro de 2013 · 7h54

A comunicação não-verbal atua sobre a sensibilidade dos receptores e interfere nos efeitos das mensagens. São gestos, movimentos e expressões faciais, conscientes e inconscientes, que ora anunciam, ora denunciam as intenções dos emissores; ora enfatizam o que se diz oralmente, ora rechaçam o discurso.

Em contrapartida, o domínio da fala e audição faz com que a comunicação em linguagem visual não seja explorada em sua plenitude. É nesse cenário que a oficina Comunicação em linguagem visual será oferecida durante o 7º Festival de Verão. Na atividade, uma única regra: falar é proibido. A ideia é trabalhar a comunicação não verbal entre surdos e ouvintes por meio da improvisação e da espontaneidade.

A atividade vai contar com intérprete Libras/Português, mas na maior parte do tempo os participantes serão provocados a desbravar as possibilidades visuais sem o auxílio do tradutor. "Provavelmente, a maioria dos ouvintes nunca teve contato com um surdo. Como sou um professor surdo, o desafio que a oficina propõe é justamente esse: o de alcançarmos uma comunicação que nos aproxime sem que para isso usemos a fala. Praticamente não precisaremos do intérprete para nos comunicar", diz Tales Moreira, professor responsável pela oficina, formado em Teatro e em Letras pela PUC Minas.

A proposta, no entanto, não é ensinar Libras, a Língua Brasileira de Sinais, mas trabalhar de forma lúdica a desinibição e as possibilidades de uma comunicação visual com foco nas expressões faciais, corporais e gestuais. Não é necessário qualquer conhecimento prévio de teatro, mímica, língua de sinais ou qualquer outra habilidade específica.

"A língua de sinais brasileira pode ser aprendida em cursos de idiomas. Com certeza, quem desejar aprendê-la irá se beneficiar das habilidades desenvolvidas a partir da oficina. Mas o público-alvo da oficina é constituído de pessoas interessadas em técnicas de linguagem visual, que permeiam tanto as línguas orais quanto as de sinais", esclarece Cristiana Klimsa, coordenadora do Núcleo de Comunicação Bilíngue: Libras e Português (NCB), do Centro de Comunicação da UFMG.

Em suas oficinas, Tales costuma mobilizar recursos linguísticos da Libras e técnicas da mímica e do teatro para provocar os participantes a desenvolver estratégias para a comunicação visual. "Valemos-nos de artifícios como a expressão facial, que permite dizer se estamos tristes ou alegres. Aos poucos descobrimos estratégias que ajudam o outro a nos compreender", aponta o professor.

Tales inclusive participa de dois vídeos bilíngues gravados para a divulgação do 7º Festival de Verão na TV e na internet: no primeiro, o texto é narrado em Português, enquanto o professor sinaliza simultaneamente a tradução para a Libras. Na outra produção, Tales e Cristiana apresentam o Festival diretamente em Libras, com legendas em Português. O foco aqui é a comunidade surda.

As inscrições já estão abertas, custam R$ 20 e podem ser feitas no site da Fundação ou pessoalmente, em um dos postos de atendimento da Fundep. O pagamento do boleto pode ser feito em qualquer banco.

Comunicação em linguagem visual
Local: Centro Cultural UFMG: Avenida Santos Dumont, 174, Praça da Estação
Valor da inscrição: R$ 20
Público: pessoas que desejem desenvolver habilidades de comunicação visual, com foco nas expressões faciais, corporais e gestuais
Vagas: 80 (20 por turma)
Carga horária: 16 horas (4 horas por turma)
Período: 9, 10, 11 ou 12 de fevereiro
Horários: das 8h30 às 12h30
Informações: (31) 3409-6411 e festivalveraoufmg@gmail.com
Material do aluno: lápis, borracha e papel
Contato do NCB: cedecom.libras@gmail.com