7º Festival de Verão da UFMG

Vadiar é preciso, o resto é improviso

Centro Cultural UFMG
Av. Santos Dumont, 174 - Centro
Carnaval 2013
8 a 12 de fevereiro

Programação alternativa do Festival interagiu com o carnaval de BH

13 de fevereiro de 2013 · 17h37

Baile de encerramento teve projeções de fotos produzidas em oficina (Foto: Umma Fotografia)
Baile de encerramento teve projeções de fotos produzidas em oficina (Foto: Umma Fotografia)

Se, por um lado, o Festival de Verão foi capaz de oferecer programação alternativa à do carnaval – a ponto de manter cerca de 150 pessoas em silêncio durante 40 minutos durante um espetáculo de teatro butô –, também soube interagir com a folia nas imediações do Centro Cultural UFMG, local do evento. Algumas atividades, como a Oficina errante, tinham na base de suas propostas a integração com os acontecimentos externos. O Festival de Verão realizou sua sétima edição entre sexta (8) e terça (12).

"Integrantes de algumas oficinas saíam e voltavam ao Centro Cultural, e chegavam a trazer pessoas que se divertiam nos blocos para participar", conta a professora Lucia Castello Branco, coordenadora do Festival de Verão. "Nossa ideia é cada vez mais a de que o festival não se oponha ao Carnaval, como de alguma forma já havia acontecido no ano passado, com o tema Folias de poesia", continua a coordenadora. Segundo Lucia, a oficina Poesia expandida foi ao Parque Municipal e os participantes de O espírito do lugar produziram fotos do ambiente externo para o desenvolvimento dos trabalhos.

Um fator que contribuiu muito para a integração com foliões foi a escolha do Centro Cultural, localizado na área central de Belo Horizonte, para sede do evento. "A possibilidade de realizar todas as atividades numa mesma casa deu o aspecto de residência que procurávamos para o evento. As oficinas 'transitaram' umas pelas outras", diz a coordenadora, acrescentando que essa característica esteve em sintonia com o clima que marcou o planejamento do festival desde o princípio.

'Imprevisto como método'
Embora não disponha ainda de números sobre participantes do festival, Lucia Castello Branco calcula que as oficinas tiveram preenchidas entre 80% e 90% das 310 vagas oferecidas. Vários desses participantes se reuniram antes do baile de encerramento, na terça-feira, para uma oficina de drinques, prevista mas não incluída na divulgação do evento. Os espetáculos de teatro e música praticamente não deixaram assentos vazios no auditório de 150 lugares.

Uma avaliação final do festival, de acordo com a coordenadora, inclui a conclusão de que "há precisão no improviso". "Nossa proposta foi bem-sucedida, e um dos pontos altos do evento foi a consagração do improviso como método", diz Lucia Castello Branco, que é professora da Faculdade de Letras. Ela conta que, desde agosto, mostrou a diversas pessoas, especialmente convidadas, fotografias de sucata produzida em setores diferentes da Universidade. "Quem apresentou proposta para aquele material e que estivesse de acordo com a nossa ideia geral (o tema do Festival foi Vadiar é preciso, o resto é improviso) ganhou seu espaço", diz Lucia.

Integrante da equipe de coordenação do evento, o professor de Engenharia Mecânica Marcos Bortolus reforça a avaliação sobre o acerto da proposta conceitual. "Os oficineiros não tinham roteiros preestabelecidos. Na oficina de arte cinética, por exemplo, a primeira reação era de dúvida diante da sucata, mas com o tempo as pessoas se lançaram na atividade, investindo no espírito da improvisação", relata Bortolus.

O baile desta terça-feira, no próprio Centro Cultural, marcou o encerramento do festival não apenas pelo clima de alegria, mas também porque serviu de 'palco' para exibição das produções de diversas oficinas. Adereços, fotos e textos foram mostrados durante a festa, que foi conduzida pela Velha Guarda do Samba de Belo Horizonte e pelo DJ Alexandre de Sena.

Antes do baile, oficina de drinques reuniu diversos participantes do evento (Foto: Umma Fotografia) Antes do baile, oficina de drinques reuniu diversos participantes do evento (Foto: Umma Fotografia)