
Michael Apple é uma das referências mundiais da chamada pedagogia crítica
Foto: Universidade de Wisconsin-Madison
Considerado um dos mais renomados estudiosos da pedagogia crítica no mundo, o professor Michael Apple, emérito da Universidade de Wisconsin-Madison, estará na UFMG, nos meses de novembro e dezembro, para uma agenda intensa de eventos e encontros com pesquisadores da educação básica e da formação de professores. Recentemente, ele assumiu o cargo de titular da Cátedra Fundep Magda Soares de Educação Básica do IEAT/UFMG.
Durante sua permanência na universidade, Michael Apple participará de quatro atividades abertas à participação de estudantes, pesquisadores, docentes, professores da educação básica e demais interessados na temática.
Mesa-redonda “Os desafios da formação docente e a luta por escolas democráticas, inclusivas e humanizantes”
No dia 26 de novembro, ele participará da mesa-redonda “Os desafios da formação docente e a luta por escolas democráticas, inclusivas e humanizantes”, em encontro histórico com o professor Miguel Arroyo, emérito da UFMG. O evento será realizado no auditório B101/B102 do Centro de Atividades Didáticas 3 (CAD 3), às 14h30, e é promovido em parceria com o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBHUFMG+).
Grande Conferência “A Educação pode mudar a sociedade? Argumentos-chave” (parte 1)
Na sequência, no dia 3 de dezembro, Michael Apple ministrará a Grande Conferência “A Educação pode mudar a sociedade? Argumentos-chave”, às 14 horas, no auditório da Reitoria da UFMG. Serão emitidos certificados de participação mediante inscrição pela plataforma Even3. A atividade será realizada em inglês, com tradução simultânea para o português.
Michael Apple explica que é necessário refletir – com critério – sobre uma pergunta fundamental no trabalho de educadores criticamente democráticos: a educação pode mudar a sociedade? Segundo ele, embora usada com muita frequência e, na maioria das vezes, de forma meramente retórica, tal pergunta talvez não seja a questão mais adequada a se fazer. Na conferência, Michael Apple buscará refletir com mais cuidado e profundidade sobre o papel da educação na sociedade e sobre como ela pode desempenhar um papel crucial no combate às desigualdades sociais. Segundo Apple, é necessário reconhecer que grupos dominantes já responderam a essa questão. “Esses grupos reconhecem que as lutas culturais e educacionais são fundamentais para a transformação social”, destaca.
Após apresentar exemplos de como esses grupos atuam em âmbito nacional e internacional, Apple explicará como as políticas e práticas educacionais cotidianas se relacionam com as estruturas e identidades sociais mais amplas. Além disso, abordará as implicações dessa relação para as ações e compromissos de ‘acadêmicos e ativistas críticos’ que atuam na educação e na formação de professores.
Simpósio “As condições do trabalho docente”
No dia 5 de dezembro, às 9 horas, Michael Apple fará a conferência de abertura do Simpósio “As condições do trabalho docente” no auditório Neidson Rodrigues da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG. O evento, que tem como objetivo discutir as condições de trabalho de professoras e professores nos Estados Unidos, no Brasil e em Minas Gerais, é uma iniciativa conjunta da Cátedra Fundep Magda Soares, do Instituto Nacional de Política Educacional e Trabalho Docente (INCT-GESTRADO) e do Grupo de Pesquisas sobre Profissão Docente (PRODOC) da FaE/UFMG.
No período da tarde, a partir das 14 horas, serão apresentadas e debatidas pesquisas desenvolvidas pelo INCT-GESTRADO e pelo PRODOC, com Michael Apple e o professor Álvaro Hipólito, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), atuando como debatedores. Interessados devem se inscrever pela plataforma Even3 para terem direito a certificado. Haverá tradução simultânea.
Grande Conferência “A Educação pode mudar a sociedade? Histórias da linha de frente” (parte 2)
Encerrando sua programação na UFMG, Michael Apple apresentará a Grande Conferência “A Educação pode mudar a sociedade? Histórias da linha de frente”, às 19 horas do dia 9 de dezembro, no auditório Nobre do Centro de Atividades Didáticas 1 (CAD1) da UFMG. Serão emitidos certificados de participação mediante inscrição pela plataforma Even3. A conferência será em inglês, com tradução simultânea para o português.
Na conferência, o Michael Apple vai retomar os desafios identificados na primeira conferência, a ser apresentada no dia 03 de dezembro. Ele pretende explicar como as políticas e práticas educacionais cotidianas são afetadas por realidades desiguais e opressivas presentes nas sociedades contemporâneas, identificando espaços e oportunidades para ações contra-hegemônicas.
“Pretendo falar sobre como é possível atuar como “agentes críticos” de políticas e práticas educacionais democráticas e fornecer exemplos de ações que estão sendo implementadas com o objetivo de interromper realidades opressivas não apenas na educação, mas em esferas mais amplas da vida social” – destaca.
Michael Apple apresentará três experiências de reformas educacionais criticamente democráticas, voltadas ao enfrentamento das desigualdades de classe, casta, gênero e raça. Em sua análise, discutirá os diferentes níveis de êxito dessas iniciativas e as lições que podem ser aprendidas a partir delas, destacando que mesmo as reformas mais progressistas podem representar avanços e limites simultaneamente.
Sobre o catedrático
Michael Apple é professor emérito John Bascom na Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e professor de Estudos de Políticas Educacionais no Instituto de Educação da Universidade de Londres, na Inglaterra. Ele trabalhou com governos, pesquisadores, sindicatos, movimentos políticos e grupos dissidentes na América Latina e em muitas outras partes do mundo na construção de pesquisas, políticas e práticas mais criticamente democráticas em educação. Entre seus livros recentes estão Educating the “Right” Way: Markets, Standards, God, and Inequality (2006), The Subaltern Speak: Curriculum, Power, and Educational Struggles (2006), The Routledge International Handbook of Critical Education (2009), e Global Crises, Social Justice, and Education (2010).