Data: 11 de dezembro de 2012
Local: Auditório da Escola de Belas Artes da UFMG.
Proposto e organizado por Maria do Céu Diel, Professora Residente do IEAT, o Seminário objetivou suscitar o dialogar acerca do tema com pesquisadores, alunos, artistas e professores da Universidade e, também, com os demais Professores Residentes do IEAT.
O Seminário buscou mapear a influência de autores/artistas no contexto acadêmico. Propondo uma leitura desta influência, surge a anatomia como alegoria da influencia, sendo o pesquisador um ‘ sobrevivente’ ao autor forte e ao seu predecessor, como escreveu Harold Bloom. O Seminário contou com a presença de pesquisadores e artistas das áreas de Letras, Educação, Jornalismo, Moda, Dança, Arquitetura, Restauro e Conservação e Música, que, através de exposições e mesas de debates, apresentaram suas reflexões sobre a noção de anatomia e, também, sobre as ações de sobrevivência e de produção no contexto da angústia da influência. Através da exposição oral e das trocas de saberes, os autores/artistas convidados apresentaram seus autores fortes e teorizaram sobre como sobrevivem a estes autores.
O Seminário possibilitou observar, como destacou a organizadora do evento, como certos artistas aproximam-se de outros cuidadosamente, num embate que ondeia entre o arrebatamento e a razão. Desta luta frutificam as camadas de construção de entendimentos, num ondejamento de adesão e descolamento. Aproximar-se, afastar-se, mergulhar, friccionar-se na obra do artista forte são movimentos que produzem ferimentos e cicatrizes, que preparam a pele de seu corpo criativo para outras provações. Fortalecidos na troca imaginal, os artistas admiradores de artistas fortes tornam-se também fortalezas, emanando em suas imagens/textos/vozes direções e sentidos para onde outros seguirão, tateando, dedilhando, escarificando sua própria pele para nela perceber outros organismos, outras imagens corporificadas, fragmentos do artista forte. Escolha estética como escolha política, os artistas fortes que leem/veem/ouvem outros fortes enxergam-nos astigmaticamente para poderem sobreviver e encontrar-se mais tarde, transformados, desviados.