
Primeira mulher a assumir a direção do IEAT/UFMG foi uma das homenageadas pelo Cememor
Foto: Gustavo Luiz – UFMG
O Centro de Memória (Cememor) da Faculdade de Medicina da UFMG homenageou, no dia 3 de dezembro, oito mulheres que se destacaram por suas contribuições acadêmicas, científicas e institucionais à universidade. A cerimônia, realizada no auditório Amílcar Vianna, reuniu docentes, pesquisadoras e integrantes da comunidade universitária. Entre as agraciadas esteve a professora Patrícia Kauark Leite, diretora do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT/UFMG).
Durante o evento, foram homenageadas:
Alamanda Kfoury Pereira – Professora Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia e primeira diretora da Faculdade de Medicina em seus 114 anos.
Ethel Mizrahy Cuperschmid – historiadora e referência histórica do Cememor.
Maria Rizoneide Negreiros de Araújo – Professora Emérita da Escola de Enfermagem.
Marta Alice Venâncio Romanini – primeira Professora Emérita da Faculdade de Medicina.
Patrícia Maria Kauark Leite – Professora Titular do Departamento de Filosofia e primeira diretora do IEAT/UFMG.
Rima D. Apple – Professora Emérita da Universidade de Wisconsin-Madison e doutora em História da Medicina.
Rita de Cássia Marques – Professora Titular da Escola de Enfermagem e historiadora da saúde na UFMG.
Tânia Mara Assis Lima – Professora da Faculdade de Medicina e primeira diretora do Hospital das Clínicas da UFMG.
A professora Luciana Diniz, coordenadora do Cememor, destacou que a iniciativa busca reconhecer mulheres cujas trajetórias contribuíram de modo significativo para a história institucional da UFMG. Segundo ela, a seleção dos nomes levou em conta não apenas a atuação acadêmica, mas também qualidades, como sensibilidade, cuidado e a capacidade de fortalecer ambientes de memória e formação. “Essas mulheres contribuíram para a história da universidade com trabalho, gentileza e compromisso com a comunidade acadêmica”, afirmou.
Ao agradecer a homenagem, Patrícia Kauark Leite ressaltou a importância de compartilhar o reconhecimento com mulheres cujas trajetórias ajudaram a construir uma universidade mais plural e sensível à diversidade. Para ela, ocupar o posto de primeira mulher a dirigir o IEAT em 26 anos representa um marco institucional e epistemológico. Inspirando-se na filósofa da ciência Helen Longino, Patrícia enfatizou que a objetividade científica se fortalece na interação entre perspectivas diversas. Em sua fala, destacou que o conhecimento se fortalece em comunidades abertas ao diálogo, à pluralidade de sujeitos e de experiências.
“Homenagear mulheres neste espaço não é apenas um ato simbólico de justiça histórica – é um gesto profundamente epistemológico: significa reconhecer que a presença das mulheres amplia o horizonte do que pode ser pensado, pesquisado e ensinado na universidade”, afirmou Kauark.
A diretora do IEAT também relacionou a homenagem ao caráter transdisciplinar do Instituto. Segundo ela, reconhecer mulheres de diferentes áreas – da saúde, das humanidades e dos saberes tradicionais – reafirma uma convicção fundamental: a transdisciplinaridade é também um projeto de inclusão epistemológica, pois cada trajetória homenageada abriu caminhos que transformaram práticas acadêmicas, formas de cuidado, modos de ensino e modelos de gestão fundamentais para a construção de uma universidade mais aberta e socialmente responsável.

Da esq. para dir: Sônia Maria Soares (Diretora da Escola de Enfermagem), Alamanda Kfoury Pereira (Diretora da Faculdade de Medicina), Patrícia Kauark (Diretora do IEAT/UFMG) e Rima Apple (Rima Apple, emérita da Universidade de Wisconsin-Madison e pesquisadora visitante do IEAT/UFMG)
Foto: Gustavo Luiz – UFMG