A Psicanálise diante do discurso médico científico
Este projeto tem como objetivo verificar pontos de contato e de separação e possibilidades de articulação entre medicina contemporânea, ciência e psicanálise, a fim de fundamentar propostas de trabalho que incluam ambas as disciplinas na abordagem de problemas clínicos. Para isso, serão percorridos os seguintes objetivos específicos: analisar historicamente as relações entre psicanálise, ciência e medicina, com ênfase nos pontos de contato e de ruptura; analisar os aspectos constituintes das demandas de tratamento dirigidas aos profissionais de saúde, com ênfase no papel da subjetividade, e as respostas formuladas por ambas as disciplinas a essa demanda; analisar e discutir os aspectos históricos e epistemológicos da relação entre a medicina e a ciência biomédica e os efeitos dessa relação sobre os sujeitos contemporâneos – até onde o saber médico permite abordar todas as questões surgidas na clínica/o indecidível, a dúvida, aquilo que foge do protocolo; analisar a clínica contemporânea a partir dos impasses que são encontrados na clínica atual; analisar a posição do médico diante das demandas de produtividade e de eficácia propostos pelo capital; analisar a formação do médico na atualidade diante das mudanças ocorridas na prática da medicina nos últimos 30 anos; analisar a posição subjetiva do médico diante do primado da ciência e o primado da prática. Nesse sentido, como entender o que o médico coloca de si em sua atividade? Para a prática da medicina é necessário colocar algo de si? Como isso pode acontecer? Qual a posição do médico diante das exigências da indústria médica e farmacêutica? O médico está assujeitado, agarrado, pelo capital e pela ciência (pergunta 5 do texto Radiofonia de Lacan? Podemos dizer da existência de um Mal-estar da prática médica da atualidade? Como verificar e compreender sua presença? Discussão com profissionais de instituições que atuam no limite da ciência.