Mabe Bethônico e o Colecionador   índice de Notícias e Textos
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As propostas conceituais da própria obra acabaram por trazer outras significações a espaços tidos até então como dependências administrativas ou ainda locais não previamente preparados para eventos artísticos. O interessante foi ter ouvido algo neste sentido tanto da artista Mabe - já familiarizada com o diálogo entre bibliotecas e obras de arte (a partir, por exemplo, da biblioteca do Museu da Pampulha) - e de uma artista que agora expõe seus trabalhos na mesma Biblioteca, esta que há muitos anos atrás já abrigava uma sala de artes voltada exclusivamente para crianças.
As caixas foram abertas por ocasião de visitas monitoradas oferecidas ao público infantil e juvenil. Foi possível observar a curiosidade infantil ativa na abertura de algumas caixas a título de demonstração, mesmo com a rápida permanência dos grupos visitantes, que vinham percorrer toda a Bibllioteca. Interessante lembrar que o patrono da Biblioteca já havia criado há tempos a personagem Emília e seu baú...

Os adultos, leitores habituais de jornais e revistas, bem como todo o público freqüentador da Biblioteca se deparava, à entrada, com uma lousa e alguns expositores, sinalizando para a Sala Multimeios. De alguma forma seria possível imaginar este contato do freqüentador com uma "coleção" numa sala "multi"? Aguardávamos pelas manifestações dos visitantes, seja para abrir as caixas como para qualquer outro esclarecimento. Incomodava-nos o silêncio que parecia existir entre as tarefas rotineiras que rodeavam a obra de arte e a presença inesperada de visitantes, críticos, curiosos,apreciadores, declarados ou não - como saber?

A rotina, por assim dizer, não ficou imune ao &quotmagnetismo" de uma obra de arte desejável em outros espaços e serviços da mesma Biblioteca. Certo dia um adulto nos convida ao diálogo sobre a obra, a observa e pensa em retornar um dia com mais calma, para analisar sem pressa todo seu conteúdo. Mas não vi isto acontecer.

  © Mabe Bethônico 1996-2006