Data: 19 de novembro
Hora: 10:00
Local: Largo do Rosário – Rua da Bahia com a Rua Timbiras. Unidade: Faculdade de Direito da UFMG
Responsável/Organização:Rodrigo Augusto de Souza Antero (estudante de doutorado do PPG-Artes da EBA-UFMG)
Artistas Oficineiros/as/es:
Alana dos Santos Schambakler
Choko Giordano Oliveira Cavalcante
Douglas Gonzales de Almeida Souza
Frederico Cassiano de Oliveira Martins
Gabriella Procópio de Carvalho
Itamara Ribeiro
Jésus Natalino de Almeida
Joice Prudencini Silva
Larissa Ferreira Santana
Leonardo Balbino Mascarenhas
Lorrane Katlen Costa Silva
Lucas Ferreira da Costa Cruz
Lúh Henry Silva dos Santos
Maria Laura Menezes
Moises Joao Nascimento
Priscilla Meirelles Rangel Gomes
Sandra Barbosa Nogueira Borges
Saulo Moraes Sá Nascimento
Shirleine Gomes Brandão
Sophia Neves Gomes da Silva
Vitória Bispo Umbelino
Ygor Gohan de Paiva Faria
Redes sociais: https://www.instagram.com/rodrigoanteros/
https://www.instagram.com/novembronegroufmg/
Resumo da atividade: A performance “Pare agora! escute os/as/es ancestrais negros/as/es do Largo do Rosário…” é uma ação performativa proposta com pessoas estão realizando a oficina Performance Negra: criação e composição de poéticas autorais, ministrada pele artista-professore Rodrigo Antero em seu doutorado no PPG-Artes da Escola de Belas Artes. Trata-se de um ato performativo na Rua da Bahia com Rua Timbiras, onde possivelmente estava localizado o antigo Largo com a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, mas que foi demolido com o projeto de construção da nova capital para Minas Gerais. É uma ação de performatização da memória para lembrar e manter viva esta história que infelizmente foi apagada e que ainda é desconhecida por muitos/as/es belo horizontinos/as/es. Após a Proclamação da República e com o advento de uma capital moderna para Minas Gerais, Belo Horizonte foi construída a custo de muito suor, trabalho braçal e sangue de pessoas pretas. O projeto de construção da Nova Capital mineira e demolição do Curral del Rey expulsou da atual Avenida do Contorno (antiga 17 de Dezembro), que circunda a região central da cidade, toda a população negra que na época era constituída de cerca de 72% do total. Grande parte desta população preta e pobre foi empurrada para as periferias da cidade e um acordo entre o então governador de Minas na época, Afonso Pena e o Bispo de Mariana garantiu a demolição da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. O afro-patrimônio do antigo Curral Del Rey foi completamente demolido e os vestígios que sobraram dele na nova capital seguem até hoje sendo apagados da história. Atualmente, muitas pessoas passam nessa encruzilhada entre as Ruas da Bahia e Timbiras e não fazem ideia da existência deste Largo – irmandade do Homens Pretos. Em 2022, a Prefeitura de Belo Horizonte enfim reconheceu o território do Largo do Rosário como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade. O espaço ganhou uma placa com a história do local e lá perto tem uma obra da artista Criola, chamada Orí (cabeça em Yorubá). Não há comprovação de que ocorreu uma exumação e transferência dos corpos sepultados no Largo do Rosário para o cemitério municipal da época, no bairro do Bonfim. Neste sentido, provavelmente há muitos corpos pretos enterrados lá debaixo do asfalto dessas ruas da Bahia e Timbiras. A ação performativa, portanto, buscará encontrar formas de parar para escutar esses ancestres ali de baixo da terra e dar visibilidade para mais uma história e memória negra pagada intencionalmente por uma classe branca de empresários privilegiados, algozes em seu racismo fizeram de tudo para eliminar a população negra do centro da nova capital inaugurada em 1897.
*Informações de responsabilidade dos propositores e propositoras*