De 20 a 29 de maio, a força das expressões artísticas estará em discussão na UFMG. No período, acontece, no campus Pampulha e em outras instituições de Belo Horizonte, o II Fórum Arte das Américas, que conta com apoio da Escola de Belas-Artes (EBA) e da Diretoria de Ação Cultural (DAC) da Universidade. Composta de palestras, exposições, oficinas, encontros com artistas e lançamentos de livros, a programação do evento vai girar em torno do tema Arte, Ensino e Sociedade. Assim como na primeira edição, realizada em novembro de 2003, um dos principais objetivos do Fórum está na busca de estratégias que contribuam para a democratização da arte e da cultura. Em 2004, a UFMG ampliou seu apoio cultural ao evento. Além de receber inscrições dos interessados, a Escola de Belas-Artes sediará uma série de oficinas e laboratórios do Fórum, como O tecido da pintura, O livro impresso, texto e imagem, Fotografia expandida: um olhar sobre o onírico e Percepção e manifestação artística. Outro setor da Universidade diretamente envolvido no evento, a Diretoria de Ação Cultural é a responsável pela produção e curadoria da exposição Arte, Ensino e Sociedade (veja texto abaixo), que reunirá obras de artistas da comunidade de Vitoriano Veloso, lugarejo mineiro conhecido como Bichinho. Programação Além da Escola de Belas-Artes da UFMG, as palestras, oficinas e laboratórios acontecem na Escola Guignard, no Museu de Arte da Pampulha e no Ateliê do Artista. No dia 21 de maio, dentro da série Encontro com artista, a professora Maria do Carmo Freitas, da Escola de Belas-Artes da Universidade, conversa com o jornalista Walter Sebastião, do jornal Estado de Minas, na própria EBA. Já entre as discussões que acontecem de 24 a 29 de maio, na sala Humberto Mauro (Palácio das Artes), destaque para os temas Arte e responsabilidade social, Arte na escola, Pesquisa e Ensino nas artes visuais. Para participar do seminário ou das oficinas, os interessados devem se inscrever através do e-mail Instituto Arte das Américas (institutoartedasamericas@comarte.com, na sede da entidade (av.Guarapari, 464, no bairro Santa Amélia), na Escola de Belas-Artes (av. Antônio Carlos, 6627, Pampulha) ou na Fundação Mineira de Educação e Cultura, a Fumec (av. Afonso Pena, 4.171). O custo para o participante é de R$ 80. No caso das atividades práticas, é preciso arcar também com a taxa do material utilizado. Mais informações na página do evento. Hoje, Bichinho é conhecida pela vasta produção em arte. Além das 57 A exposição contará com pinturas, painéis e esculturas de 12 artistas e artesãos de Bichinho. A maioria das obras produzidas no local é realizada coletivamente. A arte invadiu todos os lares do lugarejo. Há especialistas para cada peça utilizada nos produtos artísticos: alguns fazem pequenos frutos de madeira - matéria-prima dos painéis -, outros se encarregam de abóboras de pedra ou de artefatos de metal.
Promovido pela Universidade Fumec em conjunto com o Instituto Arte das Américas, o Fórum será aberto oficialmente no dia 20 de maio, às 19 horas, com a presença dos professores Evandro Lemos da Cunha, diretor da EBA e Fabrício Fernandino, diretor de Ação Cultural da UFMG, além de autoridades das secretarias Municipal e Estadual de Cultura e Educação e de representantes do governo federal. No mesmo dia, haverá lançamento de livros, no Palácio das Artes, abertura do seminário Arte, Ensino e Sociedade e também da exposição com obras dos artistas de Vitoriano Veloso.
A arte que transforma
Há dez anos, a comunidade de Vitoriano Veloso, pequeno distrito de Prados (MG) conhecido como Bichinho, não possuía qualquer perspectiva de futuro. Os jovens procuravam outros rumos e os antigos moradores eram obrigados a enfrentar a penúria. Poucos poderiam imaginar que tal realidade tenebrosa seria mudada com a ajuda da arte. A chegada na região do artista plástico paulista Antônio Carlos Bech, o Toty, despertou a esperança nos cerca de 400 habitantes do local. Assim que desfez as malas, Toty inaugurou sua Oficina de agosto, cujas atividades foram capazes de realçar a veia artística de toda a população.
pessoas atualmente envolvidas na Oficina, vários moradores, por incentivo de Toty, montaram seus próprios espaços para criação de painéis, esculturas e pinturas. Atualmente, há no lugarejo 30 ateliês, nos quais trabalham cerca de 300 pessoas. Revelar ao público belo-horizontino o trabalho dos artesãos de Vitoriano Veloso é um dos objetivos da exposição Arte, ensino e sociedade, promovida pela Diretoria de Ação Cultural (DAC) da UFMG, que integra o II Fórum Arte das Américas. "A comunidade se organizou para, através da produção artística, melhorar sua própria qualidade de vida. Trata-se de um trabalho de sucesso, em que está nítido o poder sensibilizador da arte", afirma o professor Fabrício Fernandino, diretor de Ação Cultural da Universidade e curador da mostra.