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O diretor de Estatísticas e Avaliação do Inep, Dilvo Ristoff, e o presidente da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), Hélgio Trindade, estiveram na UFMG na tarde de 18 de junho para debater com a comunidade universitária sobre o sistema de avaliação da educação superior a ser implantado pelo MEC. Os dois vieram à Universidade a convite da Diretoria de Avaliação Institucional. Empossado no dia 16 na presidência da Conaes, Hélgio vai coordenar um grupo de 13 de personalidades responsáveis por análises e deliberações em torno do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Segundo ele, o novo sistema não atenta contra a autonomia das universidades. "Quando verdadeiramente autônomas, elas precisam passar por avaliações internas e externas para verificar seus compromissos com a responsabilidade social e seu nível acadêmico", defendeu. Hélgio afirmou que a Comissão é um órgão autônomo e que trabalha com pessoas experientes em educação superior. Ele disse que já existem duas deliberações da Conaes, apesar do pouco tempo de instalação. "Primeiro, desejamos que as comissões de avaliação próprias das instituições de ensino sejam compostas até o dia 14 de julho. Segundo, até meados de julho, esperamos aprovar uma versão do roteiro que será a referência para a auto-avaliação". A expectativa de Hélgio é que até 1º de agosto sejam iniciados os processos auto-avaliativos, que terão cronogramas diferenciados conforme o tamanho e a natureza da instituição de ensino. "Temos pressa em avaliar e esperamos colher os primeiros resultados em no máximo dois anos", previu. Para o presidente, é importante olhar esse momento como uma oportunidade de mudança e de esperança. Dilvo Ristoff apresentou dados sobre as iniciativas privada e pública de ensino superior para evidenciar as distorções que hoje dominam o setor. De acordo com o diretor, os dois grandes desafios do Sinaes são a expansão do sistema de ensino e a garantia da qualidade. "Nossa meta é pôr no ensino superior 30% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos até 2010, o que equivale a cerca de 4,9 milhões de pessoas", destacou, lembrando que, desse total, 40% devem ser absorvidos pela instituições públicas. Baseado no Censo de 2002, Dilvo mostrou que o Brasil tem, aproximadamente, 2 milhões de estudantes nos cursos noturnos e 1,5 milhão frequentando aulas durante o dia. "Apenas 376 mil alunos da noite estão no sistema público", criticou.