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Detectar áreas estratégicas que permitam a colaboração entre as universidades européias e latino-americanas, e identificar mecanismos para tornar concreta a cooperação. Este foi o desafio enfrentado durante o último dia do 2º Congresso Euro-latinoamericano de Universidades, encerrado sexta-feira, 9, na UFMG, com participação de 80 instituições de ensino do país e do exterior. "Foram discutidos assuntos de interesse planetário, além de local. Assuntos que buscam a mundialização construtiva e não a globalização destrutiva", analisou a reitora da UFMG, Ana Lúcia Gazzola, ao ressaltar que para a UFMG é uma honra ter sediado o evento. "Todas as falas convergiram para a tentativa de construir projetos concretos que permitam não só o avanço das universidades - individualmente e como rede -, mas com uma nova forma de pensar", completou. Questões como multilateralismo, direito internacional, patrimônio, inovação tecnológica e transferência de tecnologias, cultura e multilingüismo e inclusão social foram tratados nos debates. Os participantes demonstraram o propósito de estabelecer uma cooperação recíproca, "horizontal" entre as universidades da Europa e da América Latina. Nesse sentido, foi apontada a necessidade do respeito às diferenças - incluindo o uso das línguas -, já que a maioria dos documentos internacionais restringem-se ao Inglês e ao Francês. "O uso da língua não é algo inocente, pois tem implicações ideológicas", lembrou a professora Marianne Wiesebron, da Universidade Leiden (Holanda). Outro aspecto ressaltado foi a necessidade de conciliar desenvolvimento econômico e compromisso ecológico. Ao final do encontro, os participantes discutiram a elaboração de um documento que se posiciona contrariamente à inclusão da educação como item a ser regulamentado pela Organização Mundial do Comércio; ressalta a importância da cooperação "entre iguais" para os países; e aponta caminhos que efetivem essa cooperação se efetive.
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