Andifes/Divulgação |
(Brasília) O planejamento estratégico para o desenvolvimento do Brasil, especialmente nas áreas de ciência e tecnologia, foi o fio condutor das discussões entre os ministros da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, e da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e os dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), nesta quinta-feira, 25, em Brasília. A presidente da Andifes, reitora Ana Lúcia Gazzola, ao abrir a reunião, na sede da entidade, em Brasília, destacou as potencialidades das Ifes, que concentram a maioria da pesquisa feita no país. Ela situou as universidades dentro de um cenário nacional de “otimismo cauteloso, mas decidido”. “Temos um parque universitário robusto e uma capacidade instalada em termos de pesquisa bastante consolidada”, disse. Mas para atingir maiores níveis de desenvolvimento, a reitora reafirmou a necessidade de estarem asseguradas, mediante compromisso de Estado, as condições para que as Ifes se mantenham como referência da educação superior e da pesquisa no País. De maneira a contribuir para a elaboração de políticas públicas que tragam avanços para o setor, a presidente da Andifes relacionou alguns pontos, entre os quais a criação de uma Rede Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa e a distribuição da base científica pelo território nacional, de modo a promover um maior equilíbrio entre as cinco regiões do País. Foram indicados também a criação da Agência Nacional de Patentes e Inovação e o mapeamento estratégico de Ciência e Tecnologia, entre outros. Recepção Ele afirmou que fará uma reflexão mais apurada sobre o texto da Andifes para se comprometer a articular com os ministros responsáveis da área naquilo que for da sua competência. Em seguida, Luiz Gushiken apresentou o “Brasil em Três Tempos”. Ele lembrou que o projeto, lançado neste segundo semestre, surgiu de uma indagação: “será que os instrumentos de Estado disponíveis são eficazes para o planejamento a longo prazo no país?”. Como fez da primeira vez que esteve na Andifes, em setembro do ano passado, Gushiken destacou o conhecimento como “palavra-chave” na estruturação de um plano de desenvolvimento integrado e sustentável para o País. Ciência & Tecnologia O ministro de C&T destacou ainda a importância da integração científica e tecnológica entre as universidades, citando o projeto da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que tem desempenhado um papel primordial neste sentido, reunindo 69 instituições federais e estaduais de ensino superior. O crescimento da área, apoiado pelo desenvolvimento econômico nacional, também foi destacado pelo ministro, lembrando que o orçamento para o setor cresceu 24 vezes mais que o orçamento geral, no último ano. Um dos grandes desafios agora é fazer a inclusão social, segundo o ministro, o que requer a transferência de conhecimento e isso inclui a valorização das universidades, dos centros de pesquisa, onde está o maior volume de conhecimento gerado no país. Sugestões “Acredito que estamos diante de uma janela de oportunidades”, comentou a presidente da Andifes, referindo-se ao encontro com os dois ministros. Temas como nanotecnologia, Amazônia e biodiversidade também entraram na pauta de discussões e devem ser retomados com maior ênfase em novos encontros entre a Andifes e o Ministério da Ciência e Tecnologia, no próximo mês. (Assessoria de Comunicação da Andifes)
As propostas da Andifes foram muito bem recebidas pelo ministro Luiz Gushiken, que definiu este como um importante trabalho para a interação orgânica entre o Governo e as universidades. “Precisamos encontrar procedimentos organizacionais para estabelecermos um vínculo mais efetivo com as instituições federais de ensino superior, e isso pode ser realizado por meio da Andifes”, disse o ministro.
Por último, o ministro Eduardo Campos discursou sobre os avanços a que o Brasil assiste na área de Ciência, Tecnologia e Inovação e falou da necessidade de estruturar um sistema nacional de Ciência e Tecnologia. Ele citou três eixos verticais que compõem e sustentam a formação desse sistema que são as políticas industrial, tecnológica e de comércio exterior.
O ministro da Ciência e Tecnologia recebeu um documento das mãos da reitora Ana Lúcia, no qual estão algumas sugestões relativas aos Fundos Setoriais. Segundo a presidente da Andifes, fundos como o CT-Infra e o Fundo Verde-Amarelo são instrumentos de fomento de grande importância para aumentar a produção, colocando o país em posição mais significativa no cenário internacional, onde o Brasil participa com apenas 1,4% na ciência mundial e 0,1% na tecnologia mundial.