O projeto Interface , formulado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), foi apresentado na última terça-feira, dia 22, ao Fórum das Estatais, em Brasília. Exposta pela reitora Ana Lúcia Gazzola, presidente da Andifes, a proposta tem o objetivo de fortalecer as universidades públicas, através da cooperação com essas empresas. O Fórum, agora, discute o formato da implementação do projeto.
Segundo a presidente da Andifes, o projeto Interfaces deve trabalhar sobre três eixos. No primeiro, voltado para a infra-estrutura de pesquisa, o objetivo é financiar laboratórios e equipamentos de pesquisa, melhorar acervo bibliográfico e redes de informação e apoiar experiências de inovação e transferência tecnológica. Uma das propostas é a criação da Agência Nacional de Patentes e Inovação, para fortalecer a produção científica no País, que quadruplicou de 1988 a 2001, segundo estudo da National Science Foundation.
"O segundo eixo é o de intervenções estruturais para eficientização e acesso, que prevê o financiamento de obras para garantir a acessibilidade aos campi , seus espaços e seus equipamentos para os portadores de necessidades especiais, além do financiamento de intervenções destinadas a criar maior eficiência no consumo de energia e telefonia", disse.
Ana Lúcia Gazzola mencionou também um terceiro eixo, que se refere ao investimento na infra-estrutura para Educação a Distância, através da implantação de pólos regionais, elaboração de material didático, treinamento de professores e tutores e apoio a projetos específicos de educação continuada.
Recursos
Segundo a reitora, esses eixos poderiam ser desenvolvidos com a criação de um fundo financeiro destinado ao programa Interface, cujos recursos seriam distribuídos através de chamadas em editais públicos, com análise de mérito por comissão paritária formada por representantes das Ifes e das estatais.
O projeto, entretanto, não deve ser visto como uma via de mão única. "Não se trata de uma simples ajuda das estatais às universidades. Elas não vão suprir investimentos da União para a sua manutenção básica. O projeto recebeu o nome de Interface justamente porque foram identificadas propostas de interesse comum às universidades e às empresas. Mas, principalmente, é uma forma de os dois segmentos atuarem juntos, pró-ativamente, no desenvolvimento do País. É uma construção coletiva de meios que favoreçam o desenvolvimento científico, tecnológico e social", esclarece a assessora da Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais, professora Sueli Pires.
De acordo com o secretário executivo adjunto do MEC, Jairo Jorge, o projeto Interface trará uma proposta de relação construtiva e inovadora de valorização da universidade pública. Segundo Jairo Jorge, "o projeto prevê uma relação na área de ensino - graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão das nossas universidades públicas com as empresas estatais".
O que é o Fórum das Estatais
O fórum foi criado em setembro passado para promover a melhoria da qualidade da educação no País e atua em quatro eixos estratégicos: universidade, pesquisa e inovação; educação profissional; alfabetização e inclusão; qualidade na educação básica. Dos quatros eixos, apenas a discussão sobre o relacionamento com a universidade ainda não havia sido feita. O fórum, coordenado pelo ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, tem participação de oito ministérios, incluindo o da Educação e Ciência e Tecnologia, além da Andifes e de 21 estatais.
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