Três matizes religiosas - ameríndia, africana e cristã - aparecem na mostra Matrizes ritualísticas brasileiras, a ser aberta no dia 12 de março, às 17 horas, no Conservatório UFMG, dentro da programação do V Encontro Internacional de Performance. A iniciativa, que se estende até 15 de abril e conta com curadoria de Fabrício Fernandino, busca revelar o religare, ligação que o homem refaz com seus deuses, mediada pela relação com imagens e objetos ritualísticos. Os símbolos, que revelam a conexão com o mistério e o divino, manifestam-se na exposição por intermédio de uma tripla "face". A "história" tem início nos primeiros habitantes, revividos segundo a crença indígena. Através dos objetos ritualísticos das tribos, pertencentes ao acervo do Museu de História Natural da UFMG, torna-se visível a interação entre o homem e a natureza, esculpidas a partir do estado puro — madeira, barro, pena, semente — em busca do estágio da sublimação. Por fim, há o resgate da raiz africana, através da recuperação das representações de fé dos povos Banto, Nagô e Iorubá. Na mostra, faz-se presente a explosão cromática dos elementos e das manifestações da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, do Jatobá, e do Terreiro Ilê Wopô Olojukan. El Mozote
O diálogo com o cristianismo, representado pelos estandartes de Marcelo Brant, ressalta a gradação entre a elite branca e o popular, entre a tradição e a contemporaneidade. Numa fusão de elementos diversos – de santinhos a objetos descartáveis - o artista recupera a própria multiplicidade da fé brasileira.
Também às 17 horas do dia 12 de março, no pátio coberto do Conservatório UFMG, os visitantes podem conferir a abertura da exposição Digging for Truth: the Massacre of El Mozote twenty years later, com fotografias do argentino Pedro Linger Gasiglia.
Matrizes ritualísticas brasileiras
Local: Conservatório da UFMG
Data: 12 de março a 15 de abril
Abertura: 17 horas