Educadores comentam os anseios da nova geração

Qual o principal anseio da nova geração? A sexta e última enquete, realizada durante a Mostra das profissões UFMG 2005 com educadores mineiros dos ensinos fudamental e médio, revela uma juventude preocupada com sua posição no mercado de trabalho. Por outro lado, muitos estudantes buscam informação detalhada sobre as diversas áreas do conhecimento.

“Esta geração se divide em duas vertentes claras: uma vai atrás de facilidade em disciplinas e a outra, a grande maioria, deseja dinheiro. É a geração do consumo. Eles querem melhorar de vida e ligam o prazer ao dinheiro.
Carlos Calais, 38 anos, professor de física do Colégio Magnum Agustiniano

“A maioria dos alunos procura o dinheiro. Mas também há estudantes que, mesmo sem ter clareza do que desejam, procuram informação. Eles acreditam que o conhecimento vai fazer com que ganhem dinheiro e tenham bom futuro profissional”
Paulo Carvalho, 51 anos, orientador vocacional do Colégio Magnum Agustiniano

“Os estudantes estão muito ansiosos com as descobertas nas áreas de biotecnologia, biologia e comunicação. Mas eles também se preocupam com o mercado. Às vezes, deixam de fazer um curso de que gostariam porque o mercado está saturado.”
Vandênio Alves de Souza, 33 anos, professor de química e biologia da Escola Estadual José Ermírio de Morais.

“A ansiedade é o traço predominante da geração. Os estudantes se preocupam com o mercado de trabalho, mas têm incertezas muito grandes. Eles estão bem preparados para o vestibular, mas são muito imaturos, entram na faculdade e vêem que não é bem aquilo que queriam”
Conceição Tarabal, 60 anos, professora de história do ensino fundamental do Colégio Educare de Itaúna.

“A grande maioria dos alunos está atrás do mercado de trabalho. Hoje, os alunos não escolhem a profissão pela vocação, mas procuram aquela que vai render mais financeiramente. Aí vêm com a famosa frase: quero fazer medicina ou direito.”
Sérgio Seixas, 56 anos, professor de química do Colégio Cipcon Objetivo de Governador Valadares

"O desemprego está em alta e os estudantes não sabem se terão trabalho depois de formados. Eles procuram conhecimento sobre a profissão que escolheram.”
Eloísa Maria Paiva, 38 anos, orientadora vocacional do Colégio Universitário de Divinópolis.

“Mesmo hoje, quando é ressaltada a questão financeira, acredito que os jovens têm grandes anseios de se realizar profissionalmente. Por isso, procuram áreas que gostam e nas quais se sintam bem.”
Ilza da Costa Moreira Rezende, 44 anos, orientadora vocacional da Escola Estadual Fernando Otávio de Pará de Minas

"Eu percebo que os estudantes vêm a essas mostras com muita sede ao pote, conseguem muita informação e saem com mais dúvidas do que entraram. Por isso, creio que precisam de mais orientação vocacional. O estudante também busca uma profissão que dê retorno financeiro, de preferência, imediato. Além disso, querem status: você viu como estava cheia a palestra de medicina?”
Pedro Eduardo Pereira, 39 anos, coordenador pedagógico do Colégio Arnaldo