Indústria propõe parceria com universidades

Proposta de parceria institucional entre as universidades e a indústria mineira foi feita na manhã desta segunda-feira, 13, pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga de Andrade, durante reunião do Fórum dos Dirigentes das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais (Ipes), acontecida na Reitoria da UFMG.

Uma equipe de técnicos da Fiemg fez, em seguida, uma apresentação detalhada das oportunidades de cooperação entre indústria e universidade. A reunião foi dirigida pelo presidente do Fórum, reitor Paulo César Gonçalves de Almeida, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e teve a presença de 12 dirigentes universitários. O colegiado congrega as 12 instituições federais e as duas estaduais sediadas no Estado.

Parceria
O presidente da Fiemg, Robson Braga de Andrade, lembrou que Minas Gerais tem cerca de 80 mil indústrias - das quais aproximadamente três mil são médias e grandes - que buscam tornar-se cada vez mais competitivas nos mercados nacional e internacional. "Tivemos, nos últimos anos, um índice de exportação superior ao restante do país, mas falta-nos hoje desenvolvimento e inovação tecnológica", disse.

Para Andrade, é necessário diminuir o distanciamento entre a uiversidade e a indústria. "Por isso trago a este Fórum a idéia de criar uma rede para interação entre esses dois setores", completou, ao apresentar a proposta de realização de seminários e de uma mostra de Ciência & Tecnologia.

Seminários
O Fórum decidiu organizar um grupo de trabalho, com representantes da Fiemg e das universidades mineiras, para elaborar a proposta de parceria de desenvolvimento tecnológico, de realização dos seminários e da mostra, bem como a definição de recursos em apoio ao projeto.

"Isso é música para os nossos ouvidos, pois trata-se de uma mudança cultural", disse a reitora Ana Lúcia Gazzola ao lembrar que os dois setores têm ritmos diferentes. "Fazemos pesquisas cuja aplicabilidade é uma incógnita, mas isso não nos impede de fazermos também pesquisas com aplicabilidade imediata", comentou, ao citar alguns exemplos de parceria com empresas. "O que nos falta é uma atitude programática", reforçou, ao elogiar a decisão política da Fiemg de procurar essa aproximação.

Recursos
Outro item da pauta foi a liberação, para as universidades, de recursos provenientes das emendas parlamentares aprovadas na lei orçamentária da União. Os dirigentes universitários estão se articulando com setores do Congresso e do governo federal no sentido de que as verbas, necessárias ao funcionamento da Ipes, sejam disponibilizadas no mais breve prazo possível.

Convidado pelos dirigentes, participou da reunião do Fórum o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que relatou sobre o tema. Com relação à liberação dos recursos aprovados, o deputado explicou que todas as emendas ao orçamento de 2005 estão atrasadas. "Estive com o ministro Tarso Genro há poucos dias e fui autorizado a divulgar que em breve haverá liberação, tanto do restante dos recursos referentes a 2004, quanto aos deste ano", disse.

Em 2004 as Ipes mineiras tiveram aprovado o repasse de R$8,8 milhões - dos quais somente a metade foi até o momento liberada. Já as emendas ao orçamento de 2005 somam R$15,6 milhões. Esses valores são distribuídos entre as 14 instituições que participam do Fórum dos dirigentes das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais, de acordo com matriz elaborada pelo próprio Fórum. A UFMG recebe o equivalente a 22% dos recursos aprovados.

Sobre a mobilização das instituições mineiras de ensino superior, Guimarães comentou que "a Universidade fez escola", e atualmente diversas outras instituições públicas têm procurado a bancada mineira para que estes apresentem propostas específicas de emendas ao orçamento da União.

O presidente do Fórum, reitor reitor Paulo César Gonçalves de Almeida, e a reitora Ana Lúcia Gazzola da UFMG elogiaram o trabalho suprapartidário realizado pelos deputados Virgílio Guimarães e Nárcio Rodrigues, nos níveis federal e estadual, respectivamente. "São ações absolutamente fundamentais e estratégicas para nossas instituições", reforçou Ana Lúcia Gazzola.