Encontro literário reúne livros e escritores em Diamantina

Leitura de textos, recital de poesia, lançamentos de livros, revistas e jornal fazem parte da agenda do Encontro literário - o texto, a poesia e a música, evento do 37º Festival de Inverno da UFMG, marcado para esta noite na Biblioteca Antonio Torrres, do Iphan, em Diamantina. Cinco livros - de ficção e ensaio - duas revistas, dois catálogos e um jornal literário serão apresentados ao público.

A professora Maria Antonieta Pereira, coordenadora da área de Literatura e Cultura do Festival, comemora: "O evento traz uma amostra importante da produção literária e ensaística recente e demonstra como a área de Literatura e Cultura tem estimulado a produção de textos críticos e inovadores, um dos quais é o livro Fronteiras contemporâneas, produzido no 36º Festival de Inverno, que estará sendo lançado nessa noite",

O escritor Silviano Santiago, mineiro radicado no Rio de Janeiro, também estará presente. "Desta vez volto a Diamantina para apresentar ao público um livro de contos de minha autoria, Histórias mal contadas e, ao lado de Wander Melo Miranda e Eneida Maria de Sousa, a revista Margens/Márgenes, que editamos.

Mas Silviano não se limitará aos autógrafos: "Estarei lendo alguns trechos do livro de contos em sessão que está sendo organizada pelos promotores do evento". O poeta e performer Ricardo Aleixo também fará uma leitura de seus textos, acompanhado ao violão por Fábrio Adour.

Lançamentos
Para o Encontro literário desta noite, estão programados os seguintes lançamentos: Histórias mal contadas, Silviano Santiago, editora Rocco, R$ 26; Competência em tradução: cognição e discurso, Adriana Pagano, Célia Magahães e Fábio Alves, editora UFMG, R$ 28; Dicionário do latim essencial, Sandra Bianchet e Antonio Martins de Rezende, editora Crisálida, R$ 59; A Fórmula do texto: redação, argumentação e leitura, Wander Emediato, Geração Editorial, R$ 39,50; Revista do Instituto de Artes das Américas, editora C/Arte, R$ 20; revista Margem/ Márgenes, Centro de Estudos Literários Fale/UFMG, R$ 10; Suplemento Literário, Secretaria de Estado da Cultura, distribuição gratuita; Fronteiras Contemporâneas e Catálogos de 2003 e 2004, Festival de Inverno da UFMG, R$ 20.

Teatro
No teatro, o público diamantinense poderá assistir hoje ao espetáculo O Relatório, uma adaptação do conto Um relatório para uma Academia, do escritor judeu-tcheco Franz Kafka, levado à cena pelo ator e dramaturgo francês François Kahn. Num cenário sóbrio composto por apenas uma mesa, Kahn interpretará um macaco dotado de razão e sentimentos, usando uma máscara.

De acordo com o ator, a escolha pelo conto de Kafka deve-se à construção de um personagem no limiar entre o humano e o animal. Kahn ainda explica, que apesar da máscara animalesca, o personagem discute experiências típicas humanas. O espetáculo será mostrado no teatro do Instituto Casa da Glória, às 20h30.

Outro espetáculo teatral desta noite resgata o sonho de liberdade de um escravo fugido da Diamantina colonial do século 18. A peça Negro Isidoro: o mártir sserá levada às 19h30, na praça Doutor Prado. A montagem, realizada pelo grupo teatral diamantinense Tempos Modernos, é dirigida por Juliana Mota, mestranda em artes cênicas pela UFMG.

A montagem do grupo foi premiada este ano durante o Festival de Cultura do Vale do Jequitinhonha e, no ano passado, no Festival de Teatro do Vale do Jequitinhonha. O grupo existe há quatro anos e já desenvolveu outros trabalhos. Dentre eles, peças sobre a vida de Juscelino Kubitschek e montagens que trabalham o tema das doenças sexualmente transmissíveis junto à comunidade local.

Suite mineira
Na aréa musical, Diamantina será palco, nesta quinta-feira, do lançamento nacional do álbum Suíte mineira, do compositor Daniel D'Olivier. O espetáculo, que acontece às 18h30, na Capela Imperial de Nossa Senhora do Amparo, traz o músico paulista no violão de oito cordas e a soprano Marilene Clara. O programa reúne seis movimentos do álbum, sendo que no último, D'Olivier troca o violão pelo sax contralto.

Quando começou a trabalhar em Suíte mineira, D'Olivier sentiu falta de notas graves, o que o levou a optar pelo violão de oito cordas. Ao conhecer Clara, o compositor decidiu então modificar o álbum, do instrumental para uma linha melódica interpretada pela soprano. "Ouvi Marilene cantar em Ouro Preto e a convidei para participar, pois a voz dela casava perfeitamente com o trabalho", completa.