Universidade Federal de Minas Gerais

Eber Faioli
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As pesquisadoras Ana Flávia Machado e Simone Waijnman

Pesquisa conclui que maior escolaridade não garante melhores salários às mulheres

terça-feira, 23 de agosto de 2005, às 11h53

A discriminação contra a mulher e sua inserção em atividades menos valorizadas são os principais motivos que geram menor remuneração, menor taxa de ocupação e maior desemprego entre as trabalhadoras. Essas são algumas das conclusões do estudo Sexo frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro, divulgado na manhã desta terça-feira, 23 de agosto.

A pesquisa foi desenvolvida pela Gelre, empresa especializada em Relações Humanas do Trabalho, em parceria com as professoras da UFMG, Ana Flávia Machado, Ana Maria Hermeto Camilo e Simone Wajnman, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG.

A principal fonte de dados do estudo é Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD/IBGE) e, de forma secundária, o Censo Demográfico do IBGE, tendo por referência o período de 1982 a 2003.

A pesquisa, inédita, mostra que os salários masculinos chegam a ser 60% maiores do que os rendimentos das mulheres. Mas se for levado em conta apenas o número de horas trabalhadas, esse diferencial cai para 33%, considerando o ano de 2003. No mesmo período, apenas 55% das mulheres dedicavam-se à jornada de 40 horas semanais, contra 80% dos homens.

"A remuneração inferior indica que a maior escolaridade feminina, apontada pela pesquisa, não discrimina positivamente as mulheres", diz Ana Flávia Machado, autora do estudo, ao explicar que elas precisam de mais credenciais para disputar o mercado de trabalho. "Fatores levam a crer que se trata de pura e simples discriminação. Se isso não acontecesse, as mulheres ganhariam 20% a mais do que os homens, devido a suas características produtivas e sua inserção ocupacional", analisa a pesquisadora.

Desemprego
Outro dado que desperta a atenção é a evolução da taxa de atividade feminina nos últimos 50 anos, que experimentou crescimento de 30 pontos superiores ao da masculina. O fato deve-se a mudanças do papel da mulher na sociedade e à necessidade de complementação da renda familiar.

O desemprego em 2003, entretanto, era cinco pontos percentuais maior entre as mulheres (13% entre o público feminino e 8% do masculino). O desequilíbrio teve início em 1992.

A participação das desempregadas, com idade entre 35 e 45 anos, fase mais produtiva da vida, aumenta relativamente mais do a dos homens: enquanto a taxa de desemprego feminino dobra nesta faixa etária, a masculina cresce 50%. De acordo com o estudo, as mulheres negras enfrentam mais dificuldades. Em 1990, eram 46,26% desempregadas e, em 2003, 51%, contra 48,51% e 53%, respectivamente, dos homens.

Emprego X Escolaridade
O número de desempregados com maior nível de escolaridade, no pais, é maior entre as mulheres. Em 2003, por exemplo, 33,66% das desempregadas tinham nível superior incompleto, contra 25,04% dos homens nesta mesma condição.

Conseqüentemente, com o alto desemprego, a taxa de ocupação cai, também em maior medida para as mulheres. De 1982 a 2003, a queda foi de 9,75%. Já para os homens, a redução foi de apenas 4,16%, nesse período.

A persistência da segregação ocupacional por sexo ainda é forte no Brasil, mesmo tendo diminuído, desde a década de 1980, de 57,88% para 49,74%. O alto índice aponta que homens e mulheres se concentram em ocupações com predominância de seu sexo.

As mulheres tendem a se inserir em ocupações menos valorizadas e apresentam significativa incidência como trabalhadoras domésticas (16,57% das ocupadas em 2003.

Entretanto, a maior escolarização feminina tem nbeneficiado parcela das mulheres. Assim como para os homens, entre 1982 e 2003, dobra a participação de mulheres ocupadas na categoria superior. No primeiro ano, essa participação era de 5,16% e, em 2003, de 11,59%.

Sobre as atividades, há maior concentração de mulheres nos ramos de Alimentação, Educação, Saúde e Serviços Sociais e, especialmente, Serviços Domésticos. Já os homens concentram-se nas áreas de Construção e Transporte, Armazenagem e Comunicação. Há equilíbrio nas áreas da Indústria e Transformação, no Comércio e Reparação e Administração Pública. Conheça outros dados da pesquisa (Andreoli/Manning, Selvage & Lee)

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