O cirurgião oncológico Alberto Wainstein, especialista em imunoterapia de tumores e pesquisador do Instituto Alfa-Hospital das Clínicas da UFMG, anunciou em entrevista coletiva à imprensa, nesta segunda-feira, 29, o início imediato da primeira fase de testes de uma vacina experimental e gratuita de tratamento contra câncer de próstata, rins e melanoma (câncer de pele) em seres humanos. Na ocasião, o primeiro paciente recrutado pelo Hospital das Clínicas, Carlos Modesto Starling Soares, 52 anos, empresário, portador de melanoma, que também participou da entrevista, disse que tem muitas esperanças de cura total e que seu otimismo e confiança na equipe do Dr. Wainstein com certeza o ajudarão a vencer a batalha contra o câncer. A vacina Um importante diferencial do novo tratamento é que, ao contrário de outras vacinas terapêuticas que estão sendo testadas em centros de pesquisa de todo o mundo, este é "individualizado" o que, teoricamente, faz com que suas chances de sucesso e seu grau de segurança sejam maiores. A vacina é elaborada com o tumor do paciente e células de seu sistema imunológico que deveriam reconhecer e destruir o tumor mas, por razões desconhecidas, falharam. O objetivo deste tratamento é manipular o sistema imune do paciente no laboratório de maneira a ensiná-lo que as células tumorais devem ser reconhecidas e destruídas. Quando isso ocorre, este conjunto de células processado em laboratório é injetado de volta no paciente. Voluntariado A vacina é totalmente gratuita e o pesquisador Alberto Wainstein é o único médico que responde pela pesquisa, sendo também o responsável pelo recrutamento de voluntários para este estudo. O único local autorizado e capacitado a prestar informações é o Biocancer. Fone: (31) 3222-6291, de 9h00 às 12h e de 14h às 17h. Nos dias 6 e 13 de setembro, a partir de 19h, membros da equipe de pesquisa do Dr. Wainstein farão duas palestras no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UFMG (avenida Alfredo Balena, 190 – Santa Efigênia), para esclarecer a população interessada. (Com Assesoria de Comunicação do HC)
Ao contrário do uso rotineiro a que se presta, o termo vacina aqui não é empregado para designar um recurso de prevenção à doença. Trata-se de uma terapia que, após devidamente desenvolvida e testada, servirá como uma ferramenta de combate ao câncer no paciente que já apresente um tumor. Mesmo parecendo um tratamento lógico e efetivo, ainda é experimental onde não se pode prever que tipo de resposta cada paciente terá.
Segundo Wainstein, nessa fase de aplicação, até que se tenha certeza de sua eficiência, a vacina será o último recurso utilizado, após a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, quando indicados. Nenhum paciente deverá abandonar qualquer tratamento que esteja fazendo para receber esta vacina. "Apenas o médico responsável pelo paciente tem a capacidade de avaliar se o mesmo se enquadra nos critérios de inclusão e não apresenta critérios de exclusão para receber o tratamento", disse.
Pacientes com mais de 18 anos e que estejam em estágio avançado (metástase) de câncer nos rins (início do recrutamento de pacientes previsto para outubro), próstata (início do recrutamento previsto para novembro) e melanoma (recrutamento aberto), que não tenham obtido resposta satisfatória em nenhum outro tipo de tratamento convencional se enquadrem nos rígidos critérios de inclusão para sua aceitação como voluntários, conforme protocolo cujas exigências são padrão em todo o mundo.