O jornalista Otávio Ramos, funcionário da Pró-Reitoria de Extensão da UFMG (Proex) morreu nesse sábado, dia 24, em decorrência de mal súbito. Encontrado morto em seu apartamento, Ramos foi sepultado ontem, 25 de setembro, no cemitério Parque da Colina. Além de atuar como jornalista, Otávio Ramos era também escritor e chegou a lançar nove livros em diversos gêneros, como poesia, ensaio e ficção. Otávio ingressou na UFMG em dezembro de 1981 e, em 24 anos prestando serviço à universidade, trabalhou na Escola de Veterinária, sendo transferido, posteriormente, em 1994, para a Pró-Reitoria de Extensão. "Toda a equipe está triste e lamenta a morte de Otávio, um ótimo colega de trabalho", manifestou-se Maria da Dores Nogueira (Marizinha), pró-reitora adjunta da Proex. Em seu último dia de trabalho, na sexta-feira, Ramos permaneceu na UFMG até mais tarde, organizando informações para a Semana da Extensão da Universidade, programada para a primeira semana de outubro. "Ele estava muito entusiasmado com o evento", relembra Marizinha. Na Pró-Reitora de Extensão, Otavio mantinha um bom relacionamento com todos os funcionários. "Era uma pessoa tranqüila, competente, além de ser bastante comprometido com o trabalho", elogia Marizinha, ao revelar que toda a equipe está portando fita preta no braço, em homenagem ao colega. Pisando em sonhos Ramos era fumante inveterado e chegou a incluir em seu primeiro livro texto em que exalta o cigarro como "belo objeto de prazer". A mesma ironia ele imprimiu em outra obra, a qual decidiu intitular Obras Completas - Tomo 1. Nos últimos tempos, estava escrevendo seu décimo livro O dom silencioso. Otávio tinha espírito observador e trabalhava sem pressa de produzir e aparecer, "talvez porque já tivesse colocado suas urgências de lado", conforme expressa um de seus amigos. Inconformado em sua juventude, foi um dos raros alunos expulsos da UFMG, pelo decreto 477 da ditadura, nos anos 70.
Entre os últimos livros de autoria de Ramos, constam Pise devagar, você está pisando nos meus sonhos - classificado, por ele mesmo, como um romance revestido de sociologia barata - e A teia selvagem do mundo, que o também escritor, e seu editor, Sebastião Nunes, dizia trilhar a imortalidade.