As três chapas que concorrem à Reitoria da UFMG participaram, na tarde desta quarta-feira, no campus Pampulha, do segundo debate oficial, organizado pela Comissão Eleitoral. Mediado pelo presidente da Comissão, professor Hudson Amaral, o encontro reuniu os professores Dirceu Bartolomeu Greco e Antônia Vitória Soares Aranha (chapa 01), Ronaldo Tadeu Pena e Heloísa Maria Murgel Starling (chapa 02) e Jacyntho Lins Brandão e Cristina Helena Ribeiro Rocha Augustin (chapa 03), candidatos a reitor e vice-reitora, respectivamente. O debate seguiu as regras definidas pela Comissão. Durante dez minutos, os candidatos realizaram apresentações gerais, para, em seguida, dirigirem uma pergunta a cada um dos concorrentes. Na terceira fase do debate, responderem a perguntas escritas, enviadas pela platéia. Apresentações "Precisamos envolver a sociedade nas discussões sobre a Universidade", disse o candidato a reitor da mesma chapa, Dirceu Greco, ao lembrar que a próxima gestão deverá lidar questões de grande importância, como a reforma da educação superior. Já o candidato da chapa 03, Jacyntho Lins Brandão, afirmou que é preciso recuperar os espaços de debates sobre a Universidade, retomando a prática das discussões, "principalmente em torno do papel da universidade pública. A UFMG é demandada pela sociedade. Por isso, precisamos potencializar nossas prioridades", disse. Segundo Jacyntho, é importante retomar os órgãos colegiados como espaços de discussão. "O ideal da Universidade está na formação das pessoas. Daí a importância crucial de retomar algo que se perdeu: a discussão", completou. Último a falar, o professor Ronaldo Pena disse que sua proposta gira em torno de três vertentes. A primeira diz respeito ao projeto acadêmico, que, segundo ele, não deve ser formulado apenas na Reitoria, mas em todos os espaços da Universidade. A segunda frente de ação da chapa relaciona-se à representação institucional: "É preciso conhecer a instituição e buscar sintonia entre todos os setores acadêmicos". Como terceira vertente de ação, enfatizou a necessidade de compatibilizar a gestão com o projeto acadêmico. "Estaremos atentos à gestão de espaços e pessoas", disse o professor. Debate e manifestação Neste momento do debate, manifestantes do corpo técnico e administrativo entraram no auditório, com a palavra de ordem "paridade já", e tiveram autorização da coordenação do evento para usar o microfone. "Queremos o compromisso das três chapas de que irão discutir a paridade", disse a representante do Sindicato dos servidores, referindo-se ao peso diferenciado do voto dos três segmentos - 70% para professores, 15% para técnicos e 15% para alunos. Ao responder a pergunta dirigida pelo Sindicato aos três candidatos, Jacyntho Lins Brandão afirmou que a valorização do pessoal técnico e administrativo é um dos principais pontos do seu programa. "A Universidade não pode ficar sem uma política de pessoal técnico e administrativo, e é necessário institucionalizá-las, para que tenham continuidade", disse. Sobre o mesmo tema, Antônia Vitória afirmou que a desqualificação do corpo técnico "se expressa até mesmo na questão eleitoral". Numa referência às frutas distribuídas pelos manifestantes entre a platéia e os próprios candidatos, Dirceu Greco afirmou: "Vamos descascar esse abacaxi juntos". Ronaldo Pena defendeu a instituição de políticas que contribuam para uma "cidadania universitária", com a oferta de serviços de saúde e ações culturais para os servidores, em espaços da Universidade, e a criação de um plano de saúde da UFMG. "Temos discutido o assunto com a Caixa de Assistencia à Saúde Universitária (Casu)", disse.
Pelo sorteio, a chapa 01 foi a primeira a falar. "Nossa trajetória diz muito do que pretendemos para a universidade", disse a professora Antônia Vitória, ao se apresentar, ressaltando sua presença em iniciativas como o projeto Ações Afirmativas, que discute "a permanência do aluno negro e pobre na Universidade".
Na segunda fase do debate, cada candidato respondeu a uma questão dos seus concorrentes. Na fase seguinte, foi a vez de a platéia dirigir questões aos candidatos. Perguntas feitas simultaneamente às três chapas trataram de temas como relação entre pesquisa e pós-graduação; papel da extensão; valorização do pessoal técnico e administrativo; regime de dedicação exclusiva do corpo docente; e desigualdade racial no ensino superior.