Como pensar um curso que sirva para os interesses dos povos indígenas? É pensando nessa questão que acontece, de 14 a 16 de dezembro, o Seminário de Formação de Formadores, no auditório Luiz Pompeu, da Faculdade de Educação (FaE). Voltado para docentes e indígenas, o seminário discutirá a proposta curricular e as concepções que nortearão o curso de Formação Intercultural de Professores. "Queremos que com esse seminário, todos os formadores tenham uma compreensão comum", explica a coordenadora do curso, professora Lúcia Helena Álvarez Leite, da FaE. Os debates iniciam às 14h, do dia 14 de dezembro, e nos outros dias, o encontro acontece durante todo o dia. O curso Voltado para a formação de professores indígenas, o curso, com duração de cinco anos, se inicia em março de 2006. O curso formará 150 professores em nível superior, de sete povos indígenas de Minas Gerais: Xacriabá, Maxacali, Krenak, Pataxó, Caxixó, Xukuru-Cariri, Pankararu. A seleção dos alunos acontece nos próximos dias 19 e 20 de dezembro, em Belo Horizonte e na aldeia Xacriabá, próximo ao município de Januária. Financiado com recursos do edital do Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para Formação de Professores Indígenas (Prolind), aberto pelo Ministério da Educação,a licenciatura prevê módulos presenciais e não-presencias. O curso é gerido pela Universidade em parceria com o movimento indígena. Elaborado no final de 2004, a partir da demanda dos povos indígenas, o projeto obteve a aprovação das instâncias universitárias em 2005. O edital do Prolind disponibilizou R$ 500 mil para a licenciatura indígena. A Funai destinará R$ 372 mil anuais e a Secretaria de Estado de Educação, R$ 89 mil. A UFMG entra com o corpo docente e os equipamentos. Além do projeto da UFMG, foram selecionadas para o Prolind em 2005, licenciaturas das universidades federais de Roraima, do Amazonas, de Campina Grande, da Bahia e de Tocantins; e as estaduais de Londrina (PR), da Bahia, de Mato Grosso do Sul, do Oeste do Paraná e do Amazonas.