Reportagem da nova edição da revista Pesquisa Fapesp, coloca em destaque a produção pioneira da UFMG de nanotubos de carbono para a área científica e industrial. Conforme ressalta texto do autor, Marcos de Oliveira, "a disponibilidade de nanotubos para o sistema de pesquisa científica e inovação no Brasil é de extrema importância em um momento que essas peças de carbono estão cotadas para servir a muitos experimentos científicos e uso na indústria." Oliveira explica que "entre outras qualidades os nanotubos possuem excelente condutividade elétrica e uma resistência mecânicacem vezes maior que a do aço e, ao mesmo tempo, flexibilidade e elasticidade. São características que os credenciam a uma infinidade de aplicações importantes em ciência e tecnologia. Podem, por exemplo, interligar nanochips de silício, na indústria eletrônica, compor polímeros para torná-los mais resistentes ou deixar tecidos impermeáveis e cerâmicas mais reforçadas. Na área médica também são bem-vindos porque são biocompatíveis e podem, por exemplo, liberar de forma mais segura e gradual um medicamento em um ponto específico do corpo humano ou carregar moléculas para o interior das células e ser um componente básico na arquitetura de nanomáquinas biológicas. Esses pequeníssimos tubos já se tornaram uma mercadoria em várias partes do mundo. Algumas poucas empresas produzem o material ainda em grande parte para experimentos e desenvolvimento de produtos de alta tecnologia no Japão, na China e nos Estados Unidos. Um exemplo é um colete à prova de balas fabricado com nanotubos que o tornam mais leve, maleável e resistente que os convencionais. Talvez por isso e também por um possível uso na energia nuclear e na produção de armamentos e bombas, os Estados Unidos vetaram a exportação desse produto alegando interesses estratégicos. A proibição já foi comprovada por pesquisadores brasileiros que receberam negativas de empresas norte-americanas para a importação desse material." A reportagem da revista Pesquisa prossegue ressaltando que a "produção de nanotubos da UFMG, além de mostrar a capacidade científica nacional e formar pesquisadores na área, também cria independência tecnológica para o país. Essa história começou a ser elaborada a partir de 1999 no Laboratório de Nanomateriais do Departamento de Física, sob a coordenação do professor Luiz Orlando Ladeira. “Nossas inovações na síntese de nanotubos de carbono foram no processo e no equipamentopara produzi-los em larga escala”, diz Ladeira.Com o avanço nos estudos percebeu-se que era hora de tornar esse material disponível para um maior número de pesquisadores. A idéia foi disponibilizar os nanotubos para outras universidades, institutos de pesquisa ou empresas brasileiras que teriam um acesso mais facilitado ao material, sem a necessidade de importá-lo. Assim, com as vendas iniciadas a partir de setembro deste ano, a Fundep já comercializou nanotubos de carbono para uma universidade e para uma empresa brasileira. Até o início de novembro, foram 60 gramas (g) de nanotubos vendidos ao preço de US$ 30 o grama, totalizando US$ 1,8 mil, que serão divididos entre os pesquisadores, com um terço, e a UFMG, com dois terços, já descontados 5% da Fundep." Conforme explica o jornalista, as peças de nanotubo" medem de 1 a 3 nanômetros (nm) de diâmetro e até 1.000 nm de comprimento,medidas comparáveis a um fio de cabelo dividido 50 mil vezes na forma longitudinal. Clique aqui para ler o texto completo da reportagem da edição 118 de Pesquisa Fapesp