Apenas 28% dos jovens brasileiros estão engajados em ações de participação coletiva. Esse é o principal resultado da pesquisa Juventude brasileira e democracia: participação, esferas e políticas públicas, realizada em sete regiões metropolitanas (Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Belém e Belo Horizonte) e no Distrito Federal. O estudo aponta a exclusão social como o principal fator de afastamento da juventude das instância de participação pública. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o índice de participação dos jovens é 20,7%, a pesquisa foi conduzida pelo Observatório da Juventude, da Faculdade de Educação da UFMG. O objetivo do estudo, coordenado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase-RJ) e pelo Instituto Pólis (SP), foi conhecer o potencial de participação dos jovens brasileiros na vida pública. De acordo com professor Juarez Dayrell, um dos coordenadores do Observatório, o baixo índice de participação da juventude brasileira não significa que ela seja alienada ou desinteressada. "A sociedade não tem oferecido condições e estímulos para a participação", argumenta o professor. Para ele, a juventude atual é vítima do que pode ser chamado de nova desigualdade social. "Eles vivem numa sociedade que oferece de tudo em termos simbólicos, mas que não dá acesso. Essa inclusão subalterna interfere muito na construção da identidade e dos projetos de vida da maioria desses jovens", analisa Dayrell O que eles querem Das escolas, os jovens demandam que elas conheçam melhor a realidade de seus alunos e aperfeiçoem suas relações humanas e pedagógicas. Os jovens também reivindicam a criação de mais áreas de lazer, especialmente nas periferias, e de segurança e policiamento que garantam o acesso de todos a esses locais. Leia reportagem completa na edição n. 1512 do Boletim UFMG.
Quando questionados sobre o país que gostariam de ter, os jovens apontaram necessidades de mudanças relacionadas a três eixos: trabalho, educação e lazer/cultura. Entre outras coisas, reivindicam melhores oportunidades de trabalho, qualificação profissional, estágios e acesso ao primeiro emprego.