Felipe Zig |
Alguns dos livros indígenas, parte do conjunto de 18 obras literárias editadas pela UFMG, foram lançados durante o Seminário de Formação de Formadores, que acontece na Faculdade de Educação, até amanhã, dia 16 de dezembro. Os livros Penãhã Pradinho e Água Boa e Literatura Xacriabá – uma caixa que reúne os livros Com os mais velhos, Revelando Conhecimentos, Iaiá Cabocla, Sobre a literatura Xacriabá e o CD Conversas – são as primeiras obras editadas pela UFMG, que entrarão para o acervo didático de escolas indígenas de diversas regiões do Brasil. “São livros didáticos, não serão comercializados. O objetivo é preservar a identidade e a língua das comunidades indígenas”, afirma a coordenadora do projeto, professora Maria Inês de Almeida. Segundo ela, os outros livros, em fase de finalização, devem chegar às escolas ainda no próximo ano. Já Literatura Xacriabá reúne quatro volumes, entre eles o livro Com os mais velhos e o CD Conversas, textos editados a partir da escuta das vozes e narrativas de velhos xacriabás. Traz ainda um livro de poemas infantis, Revelando Conhecimentos, escrito e ilustrado por alunos indígenas, o livro de narrativas orais Iaiá Cabocla e o estudo Sobre a literatura xacriabá, realizado em pesquisa da Fale. O projeto De acordo com uma das coordenadoras do projeto na UFMG, professora Maria Inês de Almeida, da Faculdade de Letras, a edição das obras atende demanda dos próprios índios, que há muito se empenham em criar instrumentar de preservar suas culturas. "Eles querem mostrar que estão vivos. Os cantos, os ritos e as narrativas, presentes nos livros, são as tradições poéticas que mantêm a unidade étnica de cada povo", explica a professora. O material didático deve atender a escolas indígenas. Há, no Brasil, segundo o MEC 2.288 escolas indígenas, onde estudam 147 mil alunos do ensino básico. Entre os 7.500 professores que atuam nessas instituições, cerca de 90% também são índios. "As obras foram produzidos pelos próprios índios, durante oficinas nas aldeias e na universidade", conta a professora Maria Inês. As obras têm tiragens variadas e podem vir na língua nativa, português ou bilíngüe. (Veja lista) Além da UFMG, participaram do processo de produção o Instituto Socioambiental, a Fundação Luiz Freire, de Pernambuco, e a Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat). Relação de livros Produzidos em Mato Grosso Produzidas em Pernambuco Produzidos em parceria com o Instituto Socioambiental (Xingu)
Edição bilíngüe, o livro Penãhã Pradinho e Água Boa traz contos sobre o universo cultural da comunidade indígena Maxakali. De autoria do próprio povo, são histórias que aconteceram com os antepassados e foram repassadas por meio da literatura oral.
A produção e a edição desses livros são coordenadas pela UFMG em parceria com o projeto Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação (MEC), que destinou um R$ 1 milhão para a edição de mais de 60 livros indígenas, além de CDs, vídeos, mapas, jogos e cartazes.
Produzidos em Minas Gerais
- Literatura Xacribá, em Língua Portuguesa - Reúne os livros Com os mais velhos, Revelando Conhecimentos, Iaiá Cabocla, Sobre a literatura Xacriabá e o CD Conversas
- Penãhã - Pradinho e Água Boa, em Língua Portuguesa e Maxakali
- O Machado, a abelha e o rio, em Língua Portuguesa
Série Práticas Interculturais
- Cultura e Sociedade - volume 1, em Língua Portuguesa
- Cultura e Sociedade - volume 2, em Língua Portuguesa
- Práticas Pedagógicas e Linguagem, em Língua Portuguesa
- Vida e Meio Ambiente, em Língua Portuguesa
Série Experiências Didáticas
- Pintura Corporal Ikpeng, em Língua Portuguesa e Ikpeng
- Iypywiwe Arexemoonãwa Ra'ygãwa, em Tapirapé
- Caderno do Tempo, em Língua Portuguesa
- Meu povo conta, em Língua Portuguesa
- Aprendendo português nas escolas do Xingu –2 (reimpressão), em Língua Portuguesa
- Histórias que revivem os tempos antigos, em Língua Portuguesa
- Ecologia, economia e cultura - livro 1, em Língua Portuguesa