Dolino Lopes |
Uma série de eventos, que assinala os 40 anos de instalação do Núcleo Ciências Agrárias da UFMG (NCA/UFMG) em Montes Claros, leva àquela cidade, na manhã desta terça-feira, 7, a reitora da UFMG, Ana Lúcia Gazzola, o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Nélson Maculan Filho, e outras autoridades. As cerimônias acontecem a partir de 10h, e incluem uma sessão especial da Câmara Muncipal de Montes Claros que, sob a presidência do vereador Sebastião Ildelmaia, fará uma homenagem à Universidade Federal de Minas Gerais. A homenagem foi proposta pelo vereador Coriolando Ribeiro Afonso. O local será o novo prédio da Biblioteca Comunitária-Universitária do NCA, que estará sendo inaugurada na ocasião, quando será assinado também, pelo prefeito Athos Avelino e pela reitora Ana Lúcia Gazzola, Termo de Cooperação entre a Biblioteca Comuntária-Universitária e a Biblioteca Pública de Montes Claros, estendendo à população da cidade o acesso a esse equipamento cultural. Logo em seguida, haverá o lançamento oficial do curso mestrado em Ciências Agrárias. Com ênfase em agroecologia, o curso se destina a qualificar recursos humanos demandados pela economia da região. Segue-se o lançamento da pedra fundamental do prédio que abrigará as novas instalações do curso de Zootenia, um dos dois cursos de graduação oferecidos atualmente pelo NCA. Inserção local A marcante presença regional talvez seja o maior mérito da biblioteca comunitária-universitária, construída para atender não só as demandas da Universidade, mas também à comunidade externa. Segundo Simone Aparecida dos Santos, diretora do Sistema de Bibliotecas da UFMG, além de ampliar e atualizar o acervo, a nova biblioteca inova na relação com a comunidade externa. "Pretendemos oferecer cursos, palestras e, por meio do convênio a ser celebrado com a Biblioteca Pública da cidade, realizar pesquisas para conhecer melhor as demandas da região", diz Simone Santos, ao lembrar que os acervos, de livre acesso à população, são compostos por obras na área de ciências agrárias e também de literatura. Simone Santos afirma que, com o espaço físico maior, a Universidade deverá dobrar o acervo da biblioteca em, no máximo, três anos. "Uma das ações nesse sentido tem sido a doação anual, pela Comissão Permanente do Vestibular (Copeve) da UFMG, dos livros indicados para o Vestibular", ressalta a diretora. Ela também destaca a importância do convênio com a Biblioteca Pública de Montes Claros, que possibilitará a realização de inúmeros projetos em parceria entre as duas instituições. Mestrado "No Norte de Minas, onde se concentra o maior número de agricultores familiares do Estado, não se tem conseguido superar até o momento as enormes dificuldades impostas pelo baixo índice pluviométrico da região, cujas consequências são o abandono da terra e a migração de agricultores para os grandes centros, elevando o número de pessoas pobres e criando graves problemas sociais", diz o professor Rogério Marcos de Souza, diretor do NCA. Segundo o diretor, o maior desafio do curso de mestrado em Agroecologia do NCA será formar profissionais dentro de um modelo agrícola que permita, além da conservação ambiental, um satisfatório retorno econômico da atividade, utilizando sempre tecnologias desenvolvidas e adaptadas às codições do semi-árido mineiro. O curso concretiza ainda o plano de interiorização da UFMG, constituindo-se em importante forma de inclusão social uma vez que a região, compreendendo o sudoeste da Bahia e Vale do Jequitinhonha, não dispõe ainda de nenhum curso de mestrado específico nesta área.
O investimento de cerca de R$ 1,4 milhão para construir a nova biblioteca e o pavilhão de aulas do curso de graduação em Zootecnia, assim como a implantação do mestrado em Ciências Agrárias, evidenciam a decisão institucional da UFMG de ampliar sua inserção em Montes Claros e região, por meio do seu Núcleo de Ciências Agrárias (NCA).
O curso de mestrado em Agroecologia do NCA tem como objetivo formar profissionais com sólida base científica em agroecologia e capacidade crítica e criativa, permitindo-lhes resolver problemas da agropecuária, da produção florestal, da coleta extrativista e do meio ambiente, principallmente aqueles de regiões com características de semi-árido.