Universidade Federal de Minas Gerais

Foca Lisboa
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Ronaldo Pena e Heloísa Starling, que vão assumir a direção da UFMG

Ronaldo Pena toma posse segunda-feira em Brasília

sexta-feira, 17 de março de 2006, às 17h19

O ministro da Educação, Fernando Haddad, dá posse nesta segunda-feira, 20 de março, ao novo reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professor Ronaldo Tadêu Pena, durante cerimônia prevista para as 11h, no gabinete do ministro, em Brasília. O ato de nomeação foi publicado na edição da última quinta-feira, 16, do Diário Oficial da União.

Pena é o 24º reitor da UFMG e cumprirá mandato de quatro anos, em substituição à professora Ana Lúcia Almeida Gazzola. Ele encabeçou a lista tríplice de candidatos ao cargo elaborada pelo Colégio Eleitoral da UFMG, que observou o resultado da consulta à comunidade universitária realizada em novembro de 2005.

Na próxima terça-feira, dia 21, ele recebe o cargo de sua antecessora em cerimônia que acontece na Reitoria da UFMG, em Belo Horizonte, quando também será empossada como vice-reitora a professora Heloísa Maria Murgel Starling. Conheça a nova equipe do reitorado.

Currículos
Professor da UFMG há 32 anos, Ronaldo Pena é vinculado ao departamento de Engenharia Eletrônica da UFMG. Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade do Texas, Austin, chefiou o departamento de Engenharia Eletrônica durante três mandatos (1974-78, 1984-86, 1999-2000) e dirigiu a Escola de Engenharia (1990-94). Na mesma unidade, liderou o processo de criação do curso de graduação em Engenharia de Controle e Automação, do qual foi seu primeiro coordenador no triênio 97-99.

Nos últimos seis anos, ocupou o cargo de pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento. Foi responsável pela condução do Projeto Campus 2000 e pela concepção do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, o BH-Tec, em fase de implantação.

Heloísa Maria Murgel Starling é professora adjunta de História das Idéias no Departamento de História da UFMG, desde 1984. Graduada em História pela UFMG e em Jornalismo pela PUC-MG, é doutora em Ciência Política pelo Instituto Universitário do Rio de Janeiro (IUPERJ). Como estudante da UFMG, participou ativamente do movimento estudantil entre 1976 e 1980; do Movimento Feminino pela Anistia entre 1978 e 1979; das mobilizações e da organização do movimento docente da UFMG durante os anos 1980.

Foi vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG (1999-2001), vice-diretora da Editora UFMG e pesquisadora do CNPq. É atual coordenadora do Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória.

Consulta
Ronaldo Pena e Heloísa Starling foram indicados para os cargos de reitor e vice-reitor após consulta à comunidade universitária. A chapa 02, formada por Ronaldo e Heloísa, obteve 52,82% dos votos válidos ponderados da consulta, realizada nos dias 8 e 9 de novembro. O resultado eliminou a necessidade de segundo turno. Pela primeira vez, a consulta na UFMG valeu-se de urnas eletrônicas.

Das 37.366 integrantes da comunidade universitária aptas a participar do processo eleitoral, 11.688 compareceram às urnas nos dias 8 e 9 de novembro. Os professores foram a categoria com maior índice de participação. Dos 2.432 docentes em condições de votar, compareceram 1.807 (74,3%). Em seguida, vieram os funcionários técnicos e administrativos, com índice de participação de 55,98%; e os alunos, com 24,32%.

No dia 24 de novembro, o Colégio Eleitoral da UFMG se reuniu para referendar os nomes de Ronaldo Pena e Heloísa Starling para a Reitoria. Pena encabeçou a lista tríplice para reitor, que foi completada pelos nomes dos professores Ricardo Koury e Roberto Baracat, diretores, respectivamente, das escolas de Engenharia e Veterinária. A professora Heloísa Starling encabeçou a lista tríplice para o cargo de vice-reitora, composta, ainda, pelos nomes das diretoras Ângela Dalben, da Faculdade de Educação, e Jane Maciel de Almeida Baptista, da Faculdade de Farmácia.

Primeiras ações
Às vésperas de assumir o cargo de reitor da UFMG, o professor Ronaldo Pena tem uma idéia clara das primeiras medidas que pretende tomar. "São ações objetivas, diretas e capazes de refletir imediatamente na vida da comunidade universitária". Entre elas, o novo reitor destaca a criação de um programa de bolsas para alunos do curso noturno. Segundo ele, a iniciativa permitirá que eles se dediquem à atividade acadêmica durante o dia. "Em troca receberiam uma bolsa", diz Ronaldo Pena.

O novo reitor também tem planos para o Centro de Desenvolvimento da Criança, a creche da UFMG. "Não podemos ter um espaço público com tanta vaga ociosa", argumenta. A intenção, segundo ele, é fazer com que a creche seja administrada de forma compartilhada entre a UFMG e a associação de pais. "Metade das vagas ficaria para a Universidade e a outra metade seria ocupada com base nos parâmetros já estabelecidos pela administração da creche. A parte que couber à Universidade será destinada, preferencialmente, a filhos de servidores de baixa renda", diz o reitor, lembrando que os custos seriam divididos entre os usuários e a própria Universidade.

Ronaldo Pena também cita projetos de maior fôlego, como a intenção da Universidade de assumir a gestão de outro hospital universitário. Segundo o reitor, já existe uma negociação em curso com o governo de Minas em torno do Hospital de Venda Nova, que ainda não foi inaugurado. "Precisamos expandir nossa atuação na área de saúde", defende o reitor.

Para ele, ao assumir a gestão de um novo hospital, a Universidade, além de oferecer mais uma alternativa de atendimento para a população que precisa dos serviços do SUS, também amplia o seu espaço de ensino e pesquisa. "Temos muitos estudantes que precisam fazer estágios e no Hospital das Clínicas não há lugar para todo mundo". (Leia no Boletim entrevista do reitor nomeado da UFMG.)

A Universidade
Criada em 1927 e federalizada em 1949, a Universidade Federal de Minas Gerais é uma das maiores e mais importantes instituições da rede federal de ensino superior do país, com orçamento de R$ 685,9 milhões executado em 2004. Abriga, segundo dados de 2005, cerca de 35 mil alunos, nas áreas de graduação, especialização, pós-graduação, residência médica, educação básica e profissionalizante. O número de professores está próximo de 2.500, sendo 83,5% deles são doutores e livres-docentes, e o de funcionários técnicos e administrativos é de cerca de 4.500.

Habitando durante seus primeiros anos inúmeras unidades disseminadas pelo região central de Belo Horizonte, em 1962, a UFMG transferiu-se simbolicamente para o campus Pampulha, com a construção do prédio da Reitoria. A partir da década de 60, a comunidade universitária expandiu-se com a construção de inúmeras unidades acadêmicas na Pampulha.

Atualmente, a UFMG desenvolve o projeto Campus 2000, construindo novos prédios que abrigarão unidades transferidas do centro da cidade. Hoje a Universidade funciona em três campi: o campus Pampulha, que abriga a maior parte da unidades acadêmicas, a Reitoria e órgãos administrativos; o campus regional de Montes Claros; o campus da Saúde, no centro da cidade. Há, ainda, outras unidades no centro de Belo Horizonte, em Diamantina (Instituto Casa da Glória) e em Tiradentes (Museu Casa Padre Toledo).