"Esta é uma oportunidade muito especial para nossos estudantes, pois lhes permitirá aprimorar os estudos em uma das melhores universidades da Alemanha - país que se destaca no cenário tecnológico e científico mundial". Com essa expectativa, o reitor da UFMG, Ronaldo Pena, assinou, na manhã dessa terça-feira, 31 de março, acordo de cooperação e termo aditivo com a University of Applied Sciences Schmalkalden, da Alemanha. A solenidade contou com a participação do reitor da Universidade de Schmalkalden, Peter Hoeller, de dois professores integrantes da missão alemã, Robert Richert e Joachim Bach, da diretora de Relações Internacionais da UFMG, Eliana Dutra, junto à diretora-adjunta do órgão, Isabela Almeida Pordeus, além do professor da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) e coordenador do convênio, Francisco Barbosa, e o coordenador do curso de Ciências Administrativas da Face, Aureliano Bressan. Aço "A relação indústria-universidade é muito forte na Alemanha, e permite maior interação entre pesquisa, ensino e desenvolvimento tecnológico", explica o professor Robert Richert, responsável pelos cursos com estrangeiros na instituição de Schmalkalden. Segundo Richert, a Universidade conta com 3 mil estudantes em cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Computação, Economia, Administração e Direito. Na Alemanha, as instituições de maior porte chegam a contar com até 70 mil alunos. Esse fator, no entanto, não é indicador de qualidade. Schmalkalden possui excelente posição em ranking nacional relativo à excelência de ensino. Além disso, o governo alemão incentiva a distribuição descentralizada de universidades no território. "Essa política propicia maior desenvolvimento para todo o país", afirma Richert, ao lembrar que devido a essa orientação, a cidade de Schmalkalden apresenta o menor índice de desemprego da Alemanha. Preferências "A parceria vai permitir que duas instituições desenvolvam projetos de pesquisa e programas de ensino e extensão conjuntos e promovam intercâmbio, em caráter amplo, de estudantes de graduação e pós-graduação", diz Eliana. O acordo também vai estimular a troca de informações e de publicações acadêmicas, além da promoção de palestras e simpósios. Na recepção aos alemães, a diretora lembrou que, nos últimos anos, a UFMG investiu bastante em sua política de internacionalização. "Atualmente, temos 347 alunos estrangeiros oriundos de 28 instituições de diversos países", revela. Ela explicou que o novo reitorado pretende consolidar e expandir essa política, além de democratizar o acesso a intercâmbios para alunos carentes e incrementar laços de cooperação com países de língua portuguesa e da América Latina. "Sobre o acordo formalizado hoje com a Universidade de Schmalkalden, temos a expectativa que desencadeie uma parceria bastante profícua para as duas instituições", diz Eliana. Ela antecipa que nos próximos meses outros convênios e acordos de cooperação, que já estão em tramitação, serão assinados com universidades da França, do Canadá e de Portugal. A vigência do convênio com Schmalkalden se estende até 2010, e sua coordenação, na UFMG, está a cargo do professor do Francisco Vidal Barbosa. Coube a ele iniciar os contatos com a instituição alemã, em 2002. Desde então, as duas universidades mantêm intercâmbio informal entre seus estudantes. Para Richert, a decisão em consolidar a parceria leva em conta tanto uma preferência dos alemães pelo Brasil, dentre os países da América Latina, como por outro fator estratégico. "Sabemos que Brasil, Rússia, China e Índia são países que vão crescer muito e temos interesse em intensificar contatos e programas de cooperação acadêmica com todos", explica Richert.
Localizada em Thuringia, um dos 16 estados da Alemanha, a cidade de Schmalkalden ocupa a segunda posição no ranking nacional de produção de artefatos em aço. A vocação regional e a necessidade em contar com recursos humanos qualificados estimulou a criação, em 1904 de uma escola técnica - embrião da futura Universidade.
A partir da assinatura do convênio, as universidades mineira e alemã poderão intensificar o intercâmbio, que já vinha se processando informalmente. A previsão é que, apenas em 2006, pelo menos 15 estudantes de graduação e pós-graduação da UFMG se beneficiem do acordo. Segundo a diretora de Relações Internacionais, Eliana Dutra, as duas universidades devem incrementar programas de intercâmbio em gestão de organizações empresariais e sem fins lucrativos, e nas áreas de tecnologia, engenharias e Ciências Exatas.