Convênio entre UFMG e Furnas promete novos rumos para engenharia mineira

O reitor Ronaldo Tadêu Pena e o presidente da Furnas Centrais Elétricas, José Pedro Rodrigues de Oliveira assinaram, na tarde desta segunda-feira, 17 de abril, termo de cooperação que prevê intercâmbio educacional, técnico e científico entre as duas instituições. Articulado pela Diretoria de Cooperação Institucional da UFMG, o acordo girará em torno do desenvolvimento de iniciativas de ensino, pesquisa e extensão, além do fortalecimento do processo de interiorização da Universidade em Minas Gerais. Também compunham a mesa da solenidade a vice-reitora da Universidade, Heloisa Starling, o diretor da Escola de Engenharia da UFMG, professor Ricardo Koury, e o superintendente de Furnas, engenheiro Ricardo Medeiros.

Diante de representantes da administração central da UFMG e de profissionais de Furnas, Ricardo Koury destacou, em seu depoimento, o prazer de ver concretizado o sonho da parceria entre as duas instituições: “O longo caminho até a assinatura deste acordo revelou-se importante para o amadurecimento do intercâmbio. Nesta solenidade, abrimos uma porta para grandes realizações”, disse o diretor, que, em seguida, fez um raio-X da Escola de Engenharia, uma das principais beneficiadas com o termo de cooperação. Hoje, a unidade acadêmica conta com 13 departamentos e nove cursos de pós-graduação, todos aptos a desenvolver parcerias com Furnas.

Engenharia igualitária
O presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues de Oliveira, comentou a importância histórica da solenidade que oficializa o convênio com a Universidade. “No futuro, veremos que essa cerimônia representou o início de novos rumos para a Engenharia do Estado de Minas Gerais”, disse. José Pedro de Oliveira também relatou a história recente de Furnas e revelou alguns dos números que caracterizam a empresa que dirige. Atualmente, cerca de 33% da energia consumida no Brasil é produzida ou transportada em 10 hidrelétricas, duas térmicas e nos mais de 19 mil quilômetros de transmissores da companhia.

Para o dirigente de Furnas, no entanto, não basta produzir e transmitir energia. É preciso, antes de tudo, diminuir as desigualdades sociais do País: “A frente fria que agora chega a Minas Gerais, estava no Rio Grande do Sul, região de primeiro mundo. Mas talvez ela não chegue ao Vale do Jequitinhonha, um dos representantes do quarto mundo brasileiro”, ressaltou, lembrando a importância da união entre empresas e universidades na diminuição das desigualdades. “Qual é o desenvolvimento que desejamos para esse País?”, perguntou.

Ao retomar a metáfora de Ricardo Koury para a “porta” que se abre a partir do convênio entre UFMG e Furnas, José Pedro de Oliveira apresentou propostas de abertura, no sudoeste de Minas Gerais, de cursos de especialização, extensão e graduação em diversas engenharias. Além disso, ressaltou que os centros de treinamento de Furnas na região, com cerca de 17 mil metros quadrados de área, estão à disposição de estudantes e professores da Universidade. “Precisamos compreender a importância desta solenidade. Trata-se de tomar a Engenharia como ponte para um país mais igualitário”, disse.

Princípios
O reitor Ronaldo Tadêu Pena falou de seu grande prazer em assinar, ainda no primeiro mês de seu mandato, acordo tão importante para Minas Gerais. “Hoje sabemos que um País melhor não é construído por apenas uma instituição. Para que tudo dê certo, deve haver a parceria entre empresas, universidades e governo”, disse. Em seu depoimento, o professor lembrou três dos principais lemas de sua campanha à reitoria: o primado pelo interesso público; o respeito às diferenças e a busca de experimentação. “O convênio com Furnas atende a todos estes princípios”, afirmou.

Durante a solenidade, o Reitor também ressaltou a importância do desenvolvimento, por meio da parceria entre as duas instituições, de iniciativas ligadas à questão ambiental. Quanto à criação de cursos de especialização, graduação e extensão no Sudoeste mineiro, Ronaldo Pena revelou a disponibilidade da UFMG, mas lembrou a necessidade de serem elaboradas e aprovadas propostas em todos os âmbitos acadêmicos, da congregação dos departamentos aos órgãos do Ministério da Educação. “Temos cursos já aprovados que podem ser implementados mais rapidamente”, completou, lembrando, ainda, que a Universidade tem investido em projetos de educação a distância.

Parceria consolidada
A partir do acordo assinado nesta segunda-feira, 17, a UFMG e Furnas consolidam parceria que já vem gerando frutos há mais de cinco anos. A empresa do setor energético já desenvolve uma série de projetos na Instituição, em unidades variadas, da Fafich ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB). No Centro de Pesquisas Hidráulicas e Recursos Hídricos (CPH) da Universidade, por exemplo, Furnas tem investido cerca de R$ 2,5 milhões anuais em iniciativas de grupos de pesquisa. Trata-se de estudos nas áreas de transposição de peixes, dinâmica de rotores, turbomáquinas, energia, entre outros. “Atualmente, cerca de 100 alunos trabalham nas pesquisas”, informou o coordenador do CPH, professor Carlos Barreira Martinez, um dos principais articuladores da parceria entre as duas instituições.