Divulgação |
Formado pela Escola de Arquitetura da Universidade em 1967, Éolo Maia e sua obra arquitetônica são temas de exposição e de livro da Editora UFMG. Um dos precursores da pós-modernidade brasileira, Maia, falecido em 2002, transformou-se no foco da mostra Éolo Maia: O vento sobre a cidade, a ser aberta, nesta quarta-feira, 21 de junho, no Museu da Casa Brasileira. Trata-se de exibição de seus projetos, desenvolvidos ao longo de quatro décadas, de 1960 a 2000, e de 17 maquetes históricas de dimensões e tamanhos variados, dispostos em ordem cronológica. Na noite de abertura de exposição também será autografado o livro Éolo Maia - Complexidade e contradição na arquitetura brasileira, lançado pela Editora UFMG e escrito pelo arquiteto urbanista Bruno Santa Cecília. Com apresentação de Rinaldo Campos Soares, a obra aborda as inovações do prédio Rainha da Sucata. A construção do edifício, na capital mineira, coincide com o auge do pós-modernismo arquitetônico brasileiro. Segundo o autor, no projeto, “as citações diretas, as colagens e as superposições de elementos arquitetônicos, presentes em várias outras obras do arquiteto mineiro, atingem seu clímax”. A exposição Realização conjunta do Museu da Casa Brasileira, de São Paulo, e da Casa do Baile, da Prefeitura de Belo Horizonte, instituições voltadas à arquitetura e ao design, a exposição tem curadoria da arquiteta Jô Vasconcellos, que foi casada com Éolo Maia. Segundo a curadora, a mostra representa a visão ampla da evolução e transformação da arquitetura do ex-marido. O arquiteto Sua obra fez com que o pós-moderno na arquitetura brasileira começasse em Minas Gerais, para depois se espalhar pelo país. Em Belo Horizonte, há projetos emblemáticos de sua autoria e equipe, como a Rainha da Sucata, nome popular dado ao antigo Centro de Apoio Turístico Tancredo Neves (1984-92), atual Museu de Mineralogia, na Praça da Liberdade, e do Marmitão, ou Edifício Offcenter, prédio circular no bairro Floresta, construções que evocam histórias em quadrinhos e mostram o gosto de Éolo Maia pelas cores. Formado pela UFMG em 1967, onde também atuou como professor, Éolo Maia foi premiado no Brasil e no exterior com trabalhos como a Sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil/MG, Igreja Notre Dame de La Source, Memorial de Campo Grande e Sede do Centro de Arte Corpo, entre outros. Realizou inúmeras exposições individuais de arquitetura, como na Galeria Memória, IAB/RJ, Galeria Cayc (Buenos Aires) e participou de exposições em congressos nacionais (Salvador, Belo Horizonte, São Paulo), Bienais Internacionais (São Paulo, Recife, Buenos Aires, Lima, Paris, Berlim, Barcelona) e trabalhos expostos na mostra Brasil Auto-retrato, em Zurique, Suíça.
Éolo Maia: O vento sobre a cidade será uma espécie de “livro aberto”, com 60 metros quadrados de impressão digital em painéis de PVC, montados em suportes metálicos. A exposição representa muito dos sonhos do arquiteto mineiro, através de obras que evocam historinhas em quadrinhos e seu gosto pelas cores vibrantes.
Com linguagem textual e gráfica clara, de fácil assimilação, a mostra revela o debate cultural sobre a arquitetura produzida em Minas Gerais, a partir da obra e da pessoa do arquiteto Éolo Maia. Em sua linguagem, o uso da cor, presente nas igrejas barrocas, era transportado para que as metrópoles tropicais ficassem menos cinzentas. A exposição poderá ser visitada até 30 de julho.
Nascido em Ouro Preto, Éolo Maia (1942-2002) é um dos expoentes da arquitetura mineira. Conquistou reconhecimento internacional pelo engajamento com as idéias da vanguarda e pela constante coragem de experimentar novas linguagens. O primeiro prêmio que recebeu veio do Instituto dos Arquitetos do Brasil/MG. Contudo, ele não pôde recebê-lo, pois era estudante e o concurso destinava-se a profissionais. Conviveu com artistas e intelectuais, e estudou desenho com Alberto da Veiga Guignard, antes de ir para a capital, em 1963, fazer o curso de arquitetura.