"Compreender que a ciência e a tecnologia compõem um substrato essencial da cultura contemporânea e que as iniciativas culturais se desdobram em educação científica é uma forma inovadora de conceber a tarefa educacional do Estado – é ser coetâneo do seu tempo". Com essa reflexão, a vice-reitora da UFMG, Heloísa Starling, saudou, na manhã dessa quarta-feira, 28 de junho, o início das obras da Praça da Ciência - nome provisório do espaço multimídia destinado a divulgar e popularizar o conhecimento científico. A cerimônia levou, ao anfiteatro do Museu de Mineralogia, localizado no prédio "Rainha da Sucata", na Praça da Liberdade, contingente expressivo de autoridades e representantes do segmento empresarial e cultural de Belo Horizonte. Após o pronunciamento das autoridades, todos se dirigiram ao antigo prédio da reitoria da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) - futura sede da Praça da Ciência - para assistir ao lançamento oficial das obras, simbolizado pela retirada de tecido preto, que recobria, inteiramente, sua fachada. A Praça da Ciência integra o projeto Circuito Cultural, do governo mineiro, que está transformando o complexo arquitetônico da Praça da Liberdade em um espaço único no país, que aglutinará série de atividades culturais e artísticas totalmente abertas à população. Segundo previsão do governo do Estado, apenas a Praça de Ciência deverá atrair 300 mil visitantes ao ano. "Esse projeto deverá realizar a inclusão cultural da população", disse o coordenador do Circuito, Roberto Martins, ao abrir a cerimônia desta manhã. A análise foi compartilhada pela secretária do Estado de Cultura, Eleonora Santa Rosa, ao reafirmar que o espaço permitirá concretizar a inclusão social por meio da ciência, da cultura e da tecnologia. "Parceria é a palavra fundamental nesse projeto, feito sem um único centavo da Lei de Incentivo", acrescentou a secretária, ressaltando a importância da participação da UFMG e do patrocínio da TIM. O custo das obras, todas a cargo da empresa, totalizarão R$ 10 milhões. "O foco que articula os interesses dos três parceiros é a construção de um projeto destinado à cidade e para o interesse público", acrescentou a vice-reitora Heloísa Starling, ao analisar o processo de construção da aliança entre os parceiros. "Esse é, de longe, o maior projeto de uma empresa na área, no Brasil", afirmou o presidente regional da TIM, Luiz Gonzaga Leal. Presente à cerimônia de lançamento das obras, ele explicou que a empresa tem, entre seus objetivos, consolidar participação ativa na vida da comunidade e vanguarda em inovação tecnológica. "Esperamos que, por meio desse projeto - que trará ao Estado o que há de mais moderno em tecnologia em planetário -, o nosso esforço receba reconhecimento do mercado", finalizou. A solenidade de lançamento da Praça de Ciência contou também com a participação do secretário do Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Paulo Kléber Duarte Pereira. 100 anos O espaço da futura Praça da Ciência foi projetado pela arquiteta Jô Vasconcelos para receber exposições, experimentos e projeções informatizadas. Sua inauguração está prevista para o primeiro trimestre de 2007. “Queremos aproximar a ciência das pessoas. Vamos socializar, de forma interativa e envolvente, o conhecimento produzido na UFMG”, afirma a professora Tânia Costa, coordenadora do projeto pela Universidade. O local possui 1.500 metros distribuídos em quatro andares, que abrigarão exposições, mostras virtuais, experimentos interativos, totens com computadores, palestras, cursos e seminários sobre ciência e tecnologia, além de Planetário. Este, importado da Alemanha, possui um sistema de projeção digital que permite transformar o ambiente em espaço multimídia e o uso de sua cúpula de 8,5 metros de diâmetro para projeções astronômicas ou de outros tipos de exibições científicas e artísticas. Haverá, ainda, uma cobertura ocupada pelo Terraço Astronômico, com telescópios e lunetas à disposição do público. Público “Estamos nos organizando e buscando convênios com as secretarias de educação de municípios do Estado para que a presença dos professores e alunos seja sempre planejada e constante. Desejamos que a relação dos educadores e estudantes com a ciência seja sistemática e dialógica”, explica a professora Tânia Costa, acrescentando que a Universidade já está se articulando para incorporar ao projeto pesquisadores com trabalhos reconhecidos na área educação científica. O espaço tem um Conselho Curador, nomeado pelo reitor Ronaldo Pena, formado pelos seguintes pesquisadores: a vice-reitora Heloisa Starling e os professores Tânia Costa, diretora do Centro de Difusão da Ciência; Ângela Dalben, pró-reitora de Extensão; Carlos Alberto Pereira Tavares, pró-reitor de Pesquisa; Ricardo Takahashi (ICEx); Paulo Sérgio Lacerda Beirão (ICB); Renato Las Casas (ICEx); José Aurélio Garcia Bergmann (Escola de Veterinária); Carlos Antônio Leite Brandão (diretor-presidente do IEAT); Ricardo Fenati (Fafich); Maurício José Laguardia Campomori (diretor de Ação Cultural); e Wander Melo Miranda (diretor da Editora UFMG). Clique aqui para ler a íntegra do discurso da vice-reitora Heloísa Starling. Assista também ao vídeo sobre o projeto Praça da Ciência (Arquivo Windows Media Vídeo - Download: 5MB)
Durante a solenidade foi lançada a cápsula do futuro. Trata-se de caixa composta por fotos da Praça da Liberdade, jornais que circularam no dia 28 de junho (inclusive edição 1.537 do BOLETIM UFMG) e textos dos idealizadores do projeto e personalidades ligadas à ciência. Deixaram suas mensagens, o reitor Ronaldo Pena, o governador de Minas, Aécio Neves, o presidente regional da TIM, Luiz Gonzaga Leal, e o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, José Israel Vargas. O objetivo é que a cápsula seja aberta daqui a 100 anos, levando, para gerações futuras, o resgate histórico da concepção de ciência do início do século 21. "Hoje depositamos as esperanças em nós mesmos", diz trecho final da mensagem do governador.
O espaço é aberto ao público, mas a expectativa é de que seja visitado principalmente por professores e alunos da educação básica, como ocorre em outras partes do mundo com centros do gênero Por isso, a proposta é realizar atividades como palestras, conversas pedagógicas de ciências e oficinas práticas, além de produzir experimentos interativos, material paradidático e formar grupos de estudo para educadores.