O reitor Ronaldo Pena, a secretária Maria do Pilar Lacerda e o secretário executivo adjunto André Lázaro, na solenidade de abertura do 3º Fórum |
Ao dar as boas-vindas aos participantes do 3º Fórum Educacional do Mercosul, na manhã desta terça-feira, 21, no auditório da Reitoria, o reitor da UFMG, professor Ronaldo Pena, comentou a semelhança na história dos países da América Latina, marcada no passado pela exploração predatória e no presente por “iniciativas colonialistas renovadas”.
Pena criticou a "globalização perversa e lucrativa" e defendeu uma mundialização inclusiva. “Nós, povos da América Latina, temos muito em comum. Estou certo de que podemos, com base nas nossas instituições, lutar em favor de um cenário mais desenvolvido, mais solidário e mais justo”, afirmou.
Pena destacou ainda que nenhuma cooperação pode se estabelecer “com o apagamento das identidades locais” e lembrou que as universidades são instituições que excedem os limites das nacionalidades e abrigam amplos espaços de cooperação.
O 3º Fórum Educacional do Mercosul prossegue com conferências dos representantes dos dez países participantes (acompanhe a cobertura), com grupos de trabalho que se reúnem nesta quarta-feira, 22, e com a entrega de documento aos ministros da educação, na solenidade de encerramento do Fórum, na noite do dia 23.
Poder transformador
Em sua fala na abertura do Fórum, a secretária de educação de Belo Horizonte, Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, afirmou que acredita no poder local “como poder transformador”, mas destacou que “sozinhos não venceremos o desafio de criar uma escola republicana, uma escola para todos”.
Segundo ela, a pauta e a “obstinação” de todos os que participam do Fórum deve ser alcançar uma escola pública “generosa, solidária e inclusiva”.
A representante da Comissão Nacional Organizadora do Fórum Mundial de Educação, Salete Camba, manifestou o desejo de que o evento ora realizado na UFMG “tenha um significado muito especial, para que possamos deixar para nossos filhos e netos uma história da educação melhor do que a herança que recebemos”.
Já Alessandro Candeias, chefe da Assessoria Internacional do Ministério da Educação (MEC) do Brasil, afirmou que a integração entre os países do Mercosul não se dará pelo comércio, mas pela construção de laços. “A verdadeira integração é humana, e o fim é o fortalecimento das relações humanas entre as nossas nações”.
Segundo ele, o novo tipo de relacionamento entre os países deve aprofundar a educação para a construção de uma nova mentalidade. “Não conhecemos a história nem a geografia dos nossos vizinho. Sequer falamos bem a sua língua”, exemplificou. E concluiu: “Vamos construir juntos um Mercosul social e cidadão”.
Bem público
A vice-ministra de educação do Paraguai, Marta Lafuente, apresentou a publicação dos resultados do 2º Fórum Educacional do Mercosul, realizado em seu país, e afirmou que educar para a integração é uma convergência necessária para que a educação seja vista como um bem público.
O educador Ricardo Centurion, também do Paraguai, falou das experiências de trabalho no 2º Fórum e disse que o encontro mostrou a necessidade de se criar “espaços que permitam maior fluidez em nossos projetos comuns”.
Por fim, o coodenador do 3º Fórum Educacional do Mercosul e secretário-executivo adjunto do MEC, André Lázaro, representando o ministro Fernando Haddad, abriu oficialmente o encontro, com uma reflexão a respeito dos desafios comuns em educação no Mercosul.
Para Lázaro, mais do que a adoção de medidas concretas para a educação, a maior contibuição do Fórum são a presença e o esforço de cada um dos participantes.
Acompanhe o noticiário do 3º Fórum Educacional do Mercusul no site do evento.