Jornada discute relações entre filosofia e mecânica quântica

Identidade e individualidade em Física Quântica – questões lógicas foi tema da palestra que o professor Décio Krause, da Universidade Federal de Santa Catarina, fez na manhã desta terça-feira, 19, na primeira Jornada Filosofia da Mecânica Quântica, organizada pelo departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich).

Na abertura do evento, que prossegue até o final da tarde, o professor Ivan Domingues falou em nome do Colegiado da Pós-Graduação em Filosofia. Ao dar as boas-vindas aos participantes, Domingues elogiou “a feliz iniciativa da professora Patrícia Kauark ao trazer esse colóquio”, e destacou que a mecânica quântica “merece a atenção dos filósofos”.

Intregrante do Grupo de Lógica e Fundamentos da Ciência, da UFSC, Décio Krause abordou os conceitos de natureza filosófica com os quais lida a mecânica quântica.

Durante o dia de atividades, os pesquisadores convidados Décio Krause (UFSC), Stefano Osnaghi (UFBa - Crea-Paris), Carlos Monken (UFMG) e Osvaldo Pessoa (USP) realizam apresentações sobre temas que vão da Individualidade na Física Quântica à Filosofia Transcendental.

No encerramento da programação, marcado para 16h15, será promovida uma mesa-redonda informal em que os temas trabalhados serão discutidos por todos os presentes.

Rede de cooperação
Patrícia Kauark, professora de filosofia e graduada em física, é a responsável pela organização do evento, que visa “reunir os poucos pesquisadores que trabalham com o lado filosófico da mecânica quântica, com o objetivo de formar uma rede de cooperação”.

A expectativa da professora é criar um grupo de trabalho na área, o que poderia tornar possível a realização de uma segunda jornada, atendendo à crescente demanda dos alunos de filosofia e física em discutir as fronteiras e as relações entre as duas áreas.

Kauark destaca a possibilidade que tem a mecânica quântica de romper com a maneira clássica de se pensar as relações entre a teoria científica e o mundo. Segundo ela, “isso ocorre pelo fato de a área lidar com entidades inobserváveis, com uma realidade diferente, na qual não temos a certeza do real pelo que vemos, mas sim a partir de coisas como elétrons, por exemplo, que não são visíveis ao olho comum”, define.

Esses estudos sobre a relação do conhecimento com o mundo e o estatuto dos conceitos científicos levaram a mecânica quântica a suscitar diversas questões filosóficas, a serem discutidas na jornada.