Com a participação de professores e funcionários, o reitor Ronaldo Pena e a vice-reitora Heloísa Starling deram posse, na manhã desta quarta-feira, dia 20, aos integrantes do Conselho de Cultura da UFMG. O novo órgão vai reunir 18 representantes da comunidade universitária, de todas as áreas de conhecimento, para, a partir de 2007, subsidiar os gestores na discussão e planejamento das ações na área de cultura. "O Conselho introduz perspectiva inédita na Universidade", disse a vice-reitora Heloísa Starling, ressaltando não ter lembrança da existência de outro fórum composto por integrantes tão qualificados e de origem diversa. De acordo com Starling, a participação de representantes das áreas de saúde, exatas e humanas é um importante indicador da capilaridade da cultura na UFMG. "Essa expertise deverá agora se aglutinar para auxiliar a formular e a questionar a política para o setor", afirmou. Tal característica também foi realçada pelo coordenador da Diretoria de Ação Cultural, Maurício Campomori, para quem a instituição do Conselho decorre tanto da necessidade de descentralizar as ações, como superar a concepção de que cultura é algo ligado apenas às artes. "É ela que confere noção de conjunto à Universidade", disse o professor. Ele observou que o órgão deverá ser um fórum receptivo a experiências pessoais e específicas das áreas de conhecimento. "Por mais que tenhamos boas intenções ou que nos esforcemos, somos limitados para conhecer todas as experiências na Universidade", disse Campori, completando que o novo órgão terá a função de "superar essas limitações". O Conselho terá caráter consultivo e a expectativa é que a primeira reunião ocorra no início do novo ano, abrindo extenso calendário de debates. Na ocasião, os conselheiros deverão receber relatório sobre as ações desenvolvidas pela UFMG na área cultural. Pró cultura "Cultura é ensino, extensão e pesquisa", disse Pena, esclarecendo, contudo, que a expansão da área deverá atender a um processo de maturação e discussão, do qual o Conselho participará, apontando caminhos. Para o reitor, a importância da instalação do novo órgão também reside na possibilidade de seus integrantes identificarem propostas que receberão o selo UFMG e, conseqüentemente, poderão ser beneficiados com a busca integrada por patrocínios. "Há projetos culturais que precisam de suporte diferenciado, uma vez que não captam recursos de modo convencional, como venda de ingressos", exemplificou Ronaldo Pena. De acordo com Maurício Campomori, o Conselho poderá ter atuação importante na discussão sobre critérios de financiamento a projetos no setor. "Há muita confusão entre financiamento da cultura e cultura do financiamento", disse. Ele explicou que a Universidade necessita refletir sobre o critério que favorece a lógica do que é rentável. "Deveríamos pensar em criar um fundo de cultura, pois devemos criar condições para que pessoas e projetos de todas as áreas apareçam nesse segmento", concluiu. Festival de Verão Exemplos dessa série de ações são a restauração do Centro Cultural, a revitalização do Jardim Botânico e do Coral Ars Nova - que terá sede no Conservatório UFMG -, a criação de Laboratório Transdisciplinar na Estação Ecológica - destinado à pesquisa acadêmica e à divulgação da ciência ao grande público -, a edição de publicações sobre a memória da UFMG, a promoção de atividades culturais itinerantes pelos vários campi da Universidade, além da realização do I Festival de Verão da UFMG. O evento vai ocorrer de 17 a 21 de fevereiro de 2007 e, em sua primeira edição, terá caráter experimental. "Vamos oferecer uma oficina sobre a história de Belo Horizonte, em que os participantes vão percorrer a cidade de bicicleta, desde áreas do antigo Curral del Rey até a região modernista da Pampulha", antecipou a vice-reitora. Clique para ver a relação dos membro do Conselho de Cultura da UFMG.
Após cumprimentar os novos integrantes do Conselho - a quem qualificou como pais fundadores -, o reitor Ronaldo Pena afirmou que "a cultura merece uma pró-reitoria na Universidade". Ele lembrou que as duas últimas gestões incrementaram, significativamente, o apoio à área, mas que ela ainda permanecia como parte da pró-reitoria de Extensão.
Durante a solenidade, a vice-reitora revelou, ainda, uma série de ações que a atual gestão deverá concluir em 2007. "No próximo ano, a UFMG completa 80 anos e vamos entregar a Belo Horizonte uma série de projetos, cujo compromisso é favorecer a relação entre a sociedade e a Universidade".