UFMG implementa ações culturais e de saúde em Tiradentes

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) dá nesta segunda-feira, 12, o primeiro passo para a implantação de dois projetos, nas áreas de cultura e saúde, na cidade de Tiradentes. Às 15h, na Faculdade de Medicina (avenida Alfredo Balena, 100/sala 2037, campus Saúde da UFMG) o ministro da Saúde, Agenor Álvares da Silva, o vice-governador, Antônio Augusto Anastasia, e o reitor Ronaldo Pena darão início à cerimônia, que abre, simultaneamente em Belo Horizonte e Tiradentes, por meio de uma videoconferência, as atividades da Residência Médica em Saúde da Família e do serviço em Telessaúde naquela cidade.

Em Tiradentes, do prédio da Casa da Câmara (rua Herculano Veloso, 53 (antiga rua da Câmara), a secretária de Estado da Cultura, Eleonora Santa Rosa, o prefeito de Tiradentes, Nílzio Barbosa, e a vice-reitora da UFMG Heloísa Starling apresentam o projeto de implantação do Núcleo de Teleconferência e de Modernização da Biblioteca e da Galeria Miguel Lins, que funcionam no Centro de Estudos da Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade, mantida pela Universidade. As obras serão financiadas pelo Ministério do Turismo, que já liberou R$ 350 mil para essa finalidade.

Conexão
As ações materializam parte das propostas da Reitoria da UFMG, que pretende não apenas utilizar os espaços que a Universidade possui em Tiradentes, mas também desenvolver na cidade atividades de representação social. "Temos estudado possibilidades de aproximação com a sociedade e percebemos que a área da saúde tem relevância imediata", explica Maurício Campomori, diretor de Ação Cultural.

A UFMG pretende implantar na cidade o primeiro Campus Cultural da América Latina, projeto que depende ainda de análise e aprovação do Conselho Universitário da UFMG. Idealizada em torno de dois eixos estruturantes - atuação social e ações culturais – a proposta terá como base os quatro edifícios pertencentes à Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade. O projeto prevê a aplicação de recursos da ordem de R$ 7,2 milhões. "Esta iniciativa pode ser encarada como a primeira ação direta da UFMG em Tiradentes, com impacto para toda a população", analisa a vice-reitora, Heloísa Starling.

Telessaúde
Dois projetos na área de saúde terão repercussão imediata sobre o cotidiano do município. Com 7 mil habitantes e sem oferta de leito hospitalar, a cidade passa a contar com a presença de dois médicos residentes e com o serviço de Telessaúde, que poderá ser usado por toda a equipe local de saúde.

O serviço permite a comunicação direta com professores da Faculdade de Medicina da UFMG, para solicitar segunda opinião sobre casos clínicos, o que deve reduzir o fluxo de pacientes encaminhados para cidades maiores. "Por enquanto, funcionará apenas em uma das unidades de saúde do município, mas em breve será construído um Telecentro na cidade. Os recursos já foram liberados e a obra já deve começar em breve", afirma Ana Lúcia Pimenta Starling, assessora especial da UFMG para a área de saúde.

Já a Residência Médica em Saúde da Família, cujo primeiro módulo começou a funcionar em 5 de fevereiro, é uma parceria com a Prefeitura de Tiradentes. Dois médicos residentes permanecerão na cidade por seis meses, sob orientação de médicos locais. A cada semestre, dois novos residentes se mudam para Tiradentes, dando continuidade ao projeto.

Além dos benefícios sociais, a Residência nesses moldes forma médicos com uma visão mais ampliada do processo de saúde da família, pois os profissionais atuam em três diferentes centros: uma cidade grande, como Belo Horizonte, e duas do interior, sendo uma mais próxima e outra mais distante de um grande centro. A prefeitura oferece moradia e alimentação aos residentes. Vinculada ao Hospital das Clínicas da UFMG, a residência em Saúde da Família tem dois módulos em funcionamento, nos municípios de Belo Horizonte e Brumadinho.

"O projeto é de suma importância para Tiradentes", avalia o prefeito Nílzio Barbosa. Segundo ele, quando a UFMG assumiu os imóveis da Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade, a vice-reitora o procurou e mostrou-se sensibilizada com os problemas sociais da cidade. "Enquanto aguardamos outras ações, teremos o trabalho na área de saúde, que é muito importante", completa o prefeito, ao destacar que o projeto de Telessaúde conta também com a parceria do governo do Estado e do Ministério da Saúde.

Cultura
Na segunda teleconferência do dia, às 16 horas, haverá apresentação dos projetos culturais que a UFMG propõe para o município, por intermédio da Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade. O primeiro a ser executado é a implantação do Núcleo de Teleconferência, a modernização da Biblioteca e da Galeria Miguel Lins. "Esse foi o primeiro a ser atacado, pois permite a interligação com Belo Horizonte", justifica Maurício Campomori.

Também estão previstos a revitalização da Casa do Padre Toledo, a instalação do Centro de Pesquisas da Casa Mineira, cujo planejamento de gestão aponta para pesquisas de alta tecnologia com a finalidade de criar espaços históricos em ambiente virtual.

O outro projeto é a criação do Museu de Artes Sacras, no edifício da antiga Cadeia, associado à criação do curso de pós-graduação em Museologia. Em Minas Gerais, não há nenhum curso do gênero, embora o Estado detenha mais de 60% do patrimônio histórico tombado no Brasil. Já a antiga Câmara (Fórum) deverá abrigar o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Audiovisual.