Ao recepcionar os novos alunos da UFMG, na manhã desta segunda-feira, 26, o reitor Ronaldo Pena parabenizou a todos pelo esforço feito para vencer a barreira do Vestibular e pediu que façam bom uso dessa oportunidade. Falando para uma platéia que lotou o auditório e dois espaços no saguão da Reitoria, Ronaldo Pena destacou que a Universidade é provida pelo povo brasileiro, “que paga tudo isso com seus impostos: a energia elétrica, os nossos salários, os prédios”. E ressaltou que quem não faz bom uso dessa estrutura desperdiça dinheiro público. Depois de relembrar o próprio ingresso, como aluno, na Universidade, em 1966, comentou que um filho de ferroviário não teria a chance de chegar a professor universitário se não tivesse passado por uma instituição com a qualidade da UFMG. “Tenham sucesso e aproveitem esses anos, que estarão entre os melhores das suas vidas. Estou certo de que, daqui deste auditório, vão sair lideranças do país em todas as áreas”, afirmou. Um novo olhar Destacou o mérito dos que conseguiram ingressar na UFMG, “uma das melhores universidades do Brasil”, e alertou para a mudança que isso acarreta. “Um ciclo da vida de vocês está se encerrando e outro está começando. O ato que estão vivendo hoje vai redirecionar suas vidas, e espero que redirecione o olhar de vocês sobre o mundo”, afirmou Heloísa Starling. Citou as oportunidades que a UFMG oferece, como o contato com grandes especialistas, a participação em projetos de ensino, pesquisa e extensão, e em eventos, o que gera uma “atmosfera decisiva para garantir uma educação para a formação”. A vice-reitora pediu que os novos alunos não absolutizem a demanda do mercado e que, na busca por sua formação profissional, conjuguem outros valores, que o ambiente universitário proporciona. Disse ainda que, seja qual for a origem social de cada um dos calouros, a passagem pela Universidade “os transformará em membros integrantes da elite intelectual desse país”. Solidariedade Pediu ainda a colaboração ao Fundo de Bolsas, cujos recursos são aplicados pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) na assistência a alunos carentes. “Sem essa solidariedade, cerca de 15 a 20% dos nossos alunos abandonariam os estudos”, afirmou. Programação Em seguida, assistiram a mesa-redonda que discutiu alternativas para o desenvolvimento econômico do Brasil. A partir do meio-dia, os calouros participam da programação cultural do DCE, com show e oficinas, na Praça de Serviços.
A vice-reitora Heloísa Starling lembrou aos calouros que o acesso ao ensino superior no Brasil ainda é um privilégio que muito poucos jovens alcançam. “Apenas 16% da população brasileira chegam ao ensino superior, e somente 30% dessas vagas estão nas instituições públicas”, afirmou.
Heloísa Starling afirmou que o ensino público superior brasileiro não é pago mas custa muito caro. “Chamo atenção para o compromisso com a responsabilidade social que começa hoje e se estende pelo resto de suas vidas”, disse a vice-reitora, ao pedir a adesão ao Trote Solidário, campanha da Diretoria de Assuntos Estudantis e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) de arrecadação de livros para doação a escolas públicas.
Após as boas-vindas proferidas pelo reitor e pela vice-reitora, os calouros ouviram explanação do pró-reitor de graduação, Mauro Mendes Braga, com o tema Comentários sobre a estrutura da UFMG. Também falaram aos novos alunos a diretora de Assuntos Estudantis, professora Samira Zaidan, e a assessora de comunicação da Fump, Daia Rangel.