Alunos da Escola de Música são selecionados para bolsa de estudos na Alemanha

Theofilo Sabbioni de Almeida e Jonathan Guimarães e Miranda, recém-formados pela Escola de Música, integram grupo de estudantes brasileiros selecionados como bolsistas pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (Daad), do governo alemão, para realizar curso de especialização em Freiburg.

O objetivo do programa é incentivar jovens músicos a desenvolver carreira individual, além de possibilitar que, junto a suas instituições de ensino, estabeleçam contatos duradouros e de interesse profissional na Alemanha. Os mineiros foram selecionados junto a outros três estudantes da Unicamp, USP e Ufba.

Theofilo Sabbioni de Almeida, de 24 anos, vai estudar canto na Musikhochschule Freiburg (Universidade de Música de Freiburg) - situada ao sudoeste da Alemanha, Freiburg é uma cidade fundada no período medieval e conta hoje com cerca de 214 mil habitantes. Como informou a assessoria de comunicação da Escola de Música da UFMG, Theofilo já se encontra na Alemanha.

"Entramos na UFMG juntos, em 2002", diz Jonathan Guimarães e Miranda, de 23 anos. Graduado em 2005, com habilitação em flauta, Jonathan foi selecionado para o mestrado da Universidade este ano, com o projeto Bocal de fibra de carbono na flauta: um estudo espectral comparado. Em junho, seguirá para a Alemanha, onde realizará seus estudos sobre flauta transversa também na Musikhochschule Freiburg, orientado pelo professor Felix Renggli. Concertista de carreira internacional, Renggli apresentou-se, em 2006 no Brasil.

"Seu diferencial á a grande musicalidade; ele é um músico bastante expressivo e refinado, que realiza um trabalho bonito e com muito capricho", observa Jonathan. Sua decisão de estudar em Freiburg decorreu do interesse de tornar-se aluno de Renggli.

Além do aperfeiçoar a própria técnica - especialmente em prática orquestral -, a escolha também guarda relação com sua pesquisa de mestrado. "Renggli consegue extrair grande sonoridade da flauta de madeira", explica Jonathan, ao lembrar que, historicamente, a modernidade disseminou o uso do instrumento de metal, em busca de um som mais potente.

Bocais
De acordo com o mestrando, essa alegação tem sido questionada contemporaneamente. "A flauta de madeira tocada por Renggli, durante um festival com músicos de todo o mundo, em São Paulo, tinha até mais som que outros instrumentos", recorda-se.

Parte dos estudos dele é conhecer a relação desses materiais com a acústica que produzem. "Pretendo comparar bocais desses instrumentos feitos com fibra de carbono - um material ainda novo no mercado - com outros tradicionais, como ouro e prata, para verificar se há benefício em sonoridade e volume de som", explica. Seus estudos estão sendo orientados pelo professor da Escola de Música, Maurício Freire.

Jonathan deverá permanecer na Alemanha durante um ano e quatro meses. Ele revela que o processo seletivo do Daad consistiu de análise de desempenho acadêmico e de gravação contendo execução de peças dos períodos barroco, clássico e contemporâneo.

De acordo com infromações divulgadas pela assessoria de comunicação do Daad, músicos brasileiros de renome, como Hermeto Paschoal, Isaac Karabtchevsky e Ney Rosauro também realizaram parte de sua formação na Alemanha com uma bolsa do Serviço.

"O Daad possui grande tradição no incentivo a músicos e artistas", diz nota da assessoria, revelando que, no início de 2007, os bancos de dados de ex-bolsistas da organização registravam mais de 150 músicos do Brasil. Entre eles estão também Marlos Nobre, Miguel Proença, Fany Solter e Flo Menezes, que se destacam hoje como pessoas influentes na vida musical do nosso país".