Com uma reunião da Congregação, marcada para as 18h desta sexta-feira, 30, a Escola de Veterinária da UFMG dá início ao programa de comemorações de seus 75 anos de existência. A reunião, que acontece no auditório da Unidade, será presidida pelo reitor Ronaldo Pena, presentes a vice-reitora Heloísa Maria Murgel Starling, o diretor da Escola, Francisco Carlos Faria Lobato, e o vice-diretor, Renato César Sacchetto Tôrres. Foram convidados também o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais, Fernando Cruz Laender, e outras autoridades universitárias. O orador oficial da solenidade será o professor titular do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e diretor da Escola de Veterinária, gestão 1982 a 1986, Élvio Carlos Moreira. História A mudança para a capital aconteceu em 1942, quando Juscelino Kubitschek, à época prefeito de Belo Horizonte, construiu o Parque da Gameleira e precisava ocupá-lo com técnicos em agricultura e pecuária. Seis anos depois, foi criada a Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (Uremg), que reunia, entre outras instituições, a Escola Superior de Agricultura de Viçosa e a Escola Superior de Veterinária de Belo Horizonte. Em 1961, a Escola de Veterinária foi incorporada à UFMG. A mudança para o campus Pampulha aconteceu em 1974, quando as antigas instalações no bairro Nova Suíça foram repassadas ao Cefet. Importância A Escola formou até hoje 4.462 alunos de graduação e foi a primeira faculdade do Brasil a oferecer pós-graduação em Medicina Veterinária, a partir de 1968. O doutorado em Ciência Animal, implantado em 1989, é avaliado com conceito máximo – sete - pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supérior (Capes). Ao longo dos anos, a Escola tornou-se referência nacional para a formação de professores e pesquisadores e recebe alunos oriundos de várias instituições do país e exterior, que defenderam 1.778 teses e dissertações. "Desenvolvemos aqui pesquisas de ponta e, certamente, é uma das unidades que mais contribuem para o desenvolvimento da ciência na UFMG", avalia o diretor Francisco Lobato. Essa mentalidade voltada para a pesquisa também envolve ao corpo discente da graduação, ao qual são destinadas 150 bolsas de iniciação científica. Tradição e modernidade Apesar do apreço pela tradição, a Escola soube inovar. Foi a primeira da UFMG a criar um centro de extensão, em 1966, e a primeira do Brasil a oferecer mestrado em medicina veterinária. "A Escola de Veterinária da UFMG sempre procurou incentivar e qualificar seus docentes e mantê-los atualizados, por meio de programas de doutorado, pós-doutorado, intercâmbios e estágios em centros de excelência científica e técnica no Brasil e no exterior", enfatiza Moreira.
Na ocasião, será outorgado o título de professor emérito a Ivan Barbosa Machado Sampaio, "em reconhecimento à sua expressiva contribuição ao ensino, à pesquisa e à extensão desta Escola e da Universidade Federal de Minas Gerais". O homenageado será saudado pelo professor Jonas Carlos Campos Pereira. Ainda dentro do evento, será reinagurada a escultura-símbolo da Escola, de autoria Jarbas Juarez Antunes, que será homenageado com uma placa.
Uma das mais tradicionais e reconhecidas unidades acadêmicas da UFMG, a Escola de Veterinária foi criada em 1920, em Viçosa, mas somente em 1932 – data oficialmente considerada como o marco inicial da Unidade -, o curso de graduação começou a funcionar, integrando a Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Esav), com apenas quatro alunos.
A Escola de Veterinária ocupa prédio de 35 mil metros quadrados no campus Pampulha, que abriga mais de 50 laboratórios, além do Hospital Veterinário. A Unidade também possui duas fazendas – em Pedro Leopoldo e Igarapé – onde são realizadas pesquisas, aulas práticas e cursos de extensão. Seus 90 professores estão divididos em quatro departamentos, que ministram disciplinas para os dez períodos de graduação e para os mestrados em Medicina Veterinária e Zootecnia e doutorado em Ciência Animal.
O orador da solenidade, professor Élvio Carlos Moreira, tem um vínculo com a Escola que remonta à década de 60, quando foi aluno de graduação. "Ao longo do tempo houve alguns ajustes, para atender às demandas sociais. Ampliamos a produção de determinadas espécies, aumentamos o número de vagas na graduação, mas a essência não mudou. Desde os primórdios, guardamos uma concepção de ciência veterinária como promotora da saúde", diz o professor.