Foca Lisboa |
Por Luisa Brasil As ações de saúde que estão sendo realizadas, pela primeira vez, durante esta 39ª edição do Festival de Inverno da UFMG, têm superado todas as expectativas. A programação da Semana de Saúde tem como objetivo incluir, de uma forma diferente, a população local no Festival. O projeto foi criado com o intuito de promover a cultura, o desenvolvimento e a ampliação constante dos espaços de ação da Universidade. A população da cidade de Diamantina, para quem as atividades foram especialmente planejadas, participa intensamente dos atendimentos e serviços oferecidos, gratuitamente, pela equipe da UFMG. Desde segunda-feira, são realizadas ações educativas, preventivas e de diagnóstico. O público atendido inclui crianças, adultos e idosos dos asilos Pão de Santo Antônio e Frederico Ozanan, além de turistas, moradores da zona rural e outros distritos. As atividades para crianças ficaram concentradas em atividades de recreação e dinâmicas educativas, que destacaram hábitos de higiene pessoal e prevenção a doenças parasitárias. O aposentado Damião Santiago Rocha, 47 anos, foi um dos primeiros a passar por uma bateria de exames de pesagem, medição do índice de massa corporal, medição da pressão, exames sanguíneos. O atendimento foi feito nos stands montados no Largo Dom João. "Eles disseram que eu tenho que perder alguns quilinhos, fazer uma dieta", lamenta Damião que, apesar disso, estava com todos os outros índices aprovados. Ele brinca que vai ser difícil seguir a dieta recomendada pelos nutricionistas, mas saúda a iniciativa. "É uma maravilha, uma benção de Deus isso daqui", se alegra. Foca Lisboa Atendimento diferenciado A coordenadora, Conceição Lima, explica que a iniciativa da UFMG é importantíssima. Segundo ela, nem sempre eles têm condições de conseguir atendimento médico para todos os pacientes. "Estamos muitos gratificados, o trabalho foi ótimo. É uma ajuda muito grande pra gente que trabalha com idosos, porque nós não sabemos tudo e eles passam o conhecimento deles", explica. A equipe da área de saúde da UFMG realizou exames oftomlógicos, mediu a pressão e realizou exame de glicemia e triglicérides em todos os idosos. A partir dessas consultas, descobriram, por exemplo, que duas pacientes estão com grau avançado de glaucoma, como é o caso de Eliana da Silva, de 53 anos. O glaucoma foi diagnosticado e a equipe já encaminhou a paciente para tratamento. Já Antônia do Carmo descobriu, aos 75 anos, que precisa usar óculos e já está com a receita nas mãos. Ela ficou muito satisfeita com a presença da equipe de saúde, disse que adorou e até dormiu melhor na noite de ontem. Além das consultas, a comissão de saúde está promovendo, até o final do Festival de Inverno, uma campanha de doação de produtos de higiene pessoal, para serem repassados aos asilos atendidos. As doações podem ser feitas na Casa da Glória. Aprendizado fora da clínica A Semana da Saúde conta com a participação de alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia, Nutrição e Fonoaudiologia. A coordenação fica a cargo da pró-reitora Adjunta de Extensão, Paula Cambraia, e da assessora especial para a área da Saúde, Ana Lúcia Starling. A iniciativa é uma ação integrada da UFMG com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Secretarias Municipais de Saúde, de Cultura e Turismo, e de Educação de Diamantina. Mais notícias e informações sobre o 39º Festival de Inverno da UFMG no site www.ufmg.br/festival
Além de Damião, muita gente aproveitou para colocar a saúde em dia. No circuito, também foi possível fazer avaliações de peso, exames de visão, garganta, ouvido e próstata. Arlem Marconi, auxiliar de ônibus e morador de Curvelo, mediu a pressão e o peso, e levou um "puxão de orelhas", sengundo ele próprio, da nutricionista por fazer apenas duas refeições diárias. "Vou seguir as orientações. Esse tipo de serviço é nota 10, vou recomendar a todos os meus colegas de trabalho", comemorou.
As atividades para crianças ficaram concentradas nas áreas de recreação e dinâmicas educativas
Ontem e hoje, as ações de saúde se concentraram nos asilos de Diamantina. Uma equipe formada por clínico geral, oftomologista e otorrino visitou os pacientes do asilo Pão de Santo Antônio. A instituição existe há mais 70 anos e cuida de idosos e pessoas com doenças mentais. Atualmente, 31 idosos vivem na entidade, que é mantida com doações da comunidade.
Quem também aprende são os estudantes, que têm a oportunidade de exercer a profissão fora dos consultórios e hospitais. "Quando saímos para a rua, percebemos que ainda há muita carência de informação, que não chega para parte da população, por isso essa é uma iniciativa muito válida", comenta a estudante de Nutrição da UFMG, Letícia Menicucci.