Foca Lisboa |
A produção científica da UFMG foi a que mais cresceu, em dez anos, entre as grandes universidades brasileiras. É o que revelam dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), divulgados hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo. De 1996 a 2006, o número de artigos publicados por pesquisadores da UFMG aumentou 258%. Foram 1.019 publicações, no ano passado, contra 284 registradas no primeiro ano do levantamento.
Assim como em 1996, a UFMG ocupava, em 2006, o 6º lugar no ranking de artigos publicados, segundo a Capes. O aumento no número de publicações, no entanto, superou o índice alcançado, em dez anos, pelas cinco universidades que estão à frente (USP, Unicamp, UFRJ, Unesp e UFRGS). A produção científica da USP, primeira colocada no ranking, aumentou 200% no mesmo período. A instituição que teve o maior salto nesse quesito foi a Universidade Federal de Viçosa (UFV), 13ª no ranking. O número de artigos publicados por pesquisadores da UFV cresceu 640%, em dez anos.
Exigência maior
O pró-reitor de Pesquisa da UFMG, Carlos Alberto Pereira Tavares, atribui o bom desempenho da universidade ao critério na seleção de professores. “A UFMG foi competente, nos últimos anos, na contratação de professores. Os novos professores se envolvem mais em pesquisa. A exigência das pós-graduações, agora, é maior. E, para a pós-graduação crescer, você tem de publicar”, afirma Tavares.
De acordo com o pró-reitor, as publicações de professores da UFMG estão distribuídas pelas mais diversas áreas, o que também é um indicativo de qualidade da pesquisa desenvolvida pela instituição. “A UFMG tem hoje o melhor e mais homogêneo conjunto de pós-graduações das universidades brasileiras. Temos publicações em todas as áreas”, declara Tavares.
De uma forma geral, os dados da Capes mostram um importante crescimento da produção científica brasileira. Há 30 anos, os pesquisadores do país contribuíam com 0,3% dos trabalhos publicados em todo o mundo. Atualmente, a participação do país, no âmbito mundial, é de 2%. Essa produção está concentrada em instituições públicas. “Onde se faz pesquisa no Brasil é nas universidades públicas. Isto é resultado de investimento de muitos anos, que agora está aparecendo”, afirma o pró-reitor de Pesquisa da UFMG..