Universidade Federal de Minas Gerais

Lucas Prates
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Reitores discutiram, em mesa-redonda, a inclusão social na universidade

Congresso de Reitores debate inclusão social na universidade

segunda-feira, 17 de setembro de 2007, às 15h54

Dirigentes de universidades do Chile, Cuba, Venezuela e Brasil falaram esta manhã, no auditório da Reitoria da UFMG, sobre o que se tem feito em seus países para promover a inclusão social por meio do ensino superior. A mesa-redonda Universidade e Inclusão Social deu seqüência, na manhã de hoje, ao Congresso Internacional de Reitores Latino-americanos e Caribenhos.

O evento foi aberto ontem à noite e pode ser acompanhado, ao vivo, por videoconferência ou webconferência, que permite a participação do público via internet.

Mónica Jiménez de la Jara, reitora da Universidade Católica de Temuco, no Chile, foi a primeira falar na mesa-redonda da manhã. Ela apresentou de forma resumida o trabalho da rede Universidade Constrói o País, que reúne diversas instituições chilenas. A reitora destacou a necessidade de diálogo permanente com a sociedade para a promoção do que chamou de desenvolvimento humano sustentável.

Para Mónica Jiménez de la Jara, a universidade inclusiva se encarrega dos desfavorecidos e dos portadores de necessidades especiais. "Esta é a nova maneira de ser universidade".

Socialismo
O papel do ensino superior no "socialismo do século 21" foi tema da intervenção de Tibisay Hung, vice-ministra de Educação Superior da Venezuela. Ela afirmou que o país quer garantir participação de todos na geração, na socialização e no aproveitamento criativo do conhecimento. O objetivo é fazer com que a educação "deixe de apenas legitimar as idéias de um grupo dominante e seja motor de transformação e espaço para o poder popular".

O reitor da Universidade de Havana, em Cuba, Rubén Zardoya Loureda, disse que é fundamental assegurar o ingresso a todas as pessoas que desejam obter o conhecimento. Ele falou sobre a estratégia de Cuba para incluir e manter os jovens na universidade. De acordo com Loureda, o país criou um sistema de remuneração para os alunos e adaptou para o ensino superior espaços em escolas básicas e outras instituições. O reitor afirmou, ainda, que foi feito um investimento nos professores.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal de Uberlândia, Arquimedes Diógenes Ciloni, destacou a contradição entre as posições do Brasil em rankings econômicos e nos que se referem à exclusão social. Ciloni falou, também, sobre a disparidade social e educacional entre as regiões do Brasil e o grande problema que ainda representa o analfabetismo funcional entre nós.

O presidente da Andifes elogiou o esforço governamental pela universalização do ensino fundamental, mas defendeu "a recuperação da escola pública e a dignidade dos professores do ensino básico".

A mesa-redonda teve, também, as participações do pró-reitor de Graduação da UFMG, Mauro Braga, como coordenador, e do reitor da Universidade Federal do Mato Grosso, Paulo Speller, como moderador do debate.

Parceria
O Congresso Internacional de Reitores Latino-Americanos e Caribenhos é resultado de uma parceria entre o Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e Caribe (Iesalc), órgão da Unesco, a UFMG e o Ministério da Educação. O evento vai até a quarta-feira, dia 19, e tem como tema o Compromisso Social das Universidades da América Latina e Caribe.