A importância de se ampliarem as estratégias de cooperação entre as universidades da região foi a tônica das apresentações e debates da quarta mesa-redonda do Congresso Internacional de Reitores Latino-americanos e Caribenhos, realizada na tarde desta terça-feira no auditório da Reitoria da UFMG. A mesa teve como tema Internacionalização Solidária: Bases, Parcerias e Possibilidades, e foi coordenada pela pró-reitora de Extensão da UFMG, Ângela Dalben. O Congresso termina nesta quarta, dia 19, e a programação completa pode ser acessada no site do congresso e todas as palestras e mesas-redondas são transmitidas ao vivo, via internet, por webconferência. Rafael Guarga, secretário-geral da Associação de Universidades Grupo Montevidéu, disse que a experiência de cooperação tem sido bem-sucedida entre as 21 universidades que compõem o Grupo. “Somos a prova de que é possível esta integração, concretizando a idéia de mobilidade entre estudantes e docentes”, afirmou ele, acrescentando que os países latino-americanos devem agir segundo o princípio de que a educação superior é um bem público. O reitor da Universidade do Estado do Haiti, Pierre Paquiot, ressaltou a importância da cooperação entre universidades para um país que ainda luta pela alfabetização da maioria da população e que passou recentemente por grave crise. Paquiot disse que o Haiti vê com ótimos olhos a idéia de solidariedade internacional em áreas essenciais como a pesquisa. Para ele, “a intensa atividade dessa colaboração mútua força os sucessivos governos a manter o movimento”. “Rentabilidade acadêmica e social” O impacto histórico do intercâmbio entre universidades da região foi destacado por Xiomara Zarur, coordenadora de Pesquisa da Associação Colombiana de Universidades. "Os programas que envolvem diversas instituições enriquecem a formação de estudantes, professores e pesquisadores, além de reforçar o sentimento de pertencimento à região de América Latina e Caribe”, disse ela. Recomendou que a internacionalização esteja “alinhada com as necessidades sociais e os propósitos institucionais, para que não se desperdicem recursos e esforços”. A reitora emérita da Universidade de Belize, Corinth Morter-Lewis, fechou o bloco das apresentações lembrando que a internacionalização solidária deve seguir parâmetros racionais e que é preciso que países latino-americanos e caribenhos saibam aproveitar “suas capacidades, sua história e seus recursos naturais para, através da educação, realizar plenamente seu potencial”. Parceria
Segundo a reitora da Universidade da Costa Rica, Yamileth Gonzalez García, as universidades públicas devem buscar a “rentabilidade acadêmica e social”, investindo em credibilidade e na formação integral dos estudantes. Ela contou que a Universidade da Costa Rica sempre foi aberta a idéias e intelectuais de outros países, assim como tem estimulado a saída de seus professores e estudantes para estudos no exterior. “Temos inúmeros projetos conjuntos com outras universidades e recebemos muitos acadêmicos da América Latina”, concluiu Yamileth García.
O Congresso Internacional de Reitores Latino-Americanos e Caribenhos é resultado de parceria entre o Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e Caribe (Iesalc), órgão da Unesco, a UFMG e o Ministério da Educação. O tema do evento é O Compromisso Social das Universidades da América Latina e Caribe.