Sexo e doenças sexualmente transmissíveis são temas de uma cartilha que acaba de ser editada por dez adolescentes freqüentadores da Associação Querubins, organização não-governamental que atende crianças e adolescentes da Vila Acaba Mundo, na região sul de Belo Horizonte. Conhecer para se proteger é o título da publicação de doze páginas, que alerta sobre a importância da prevenção e do sexo seguro. A cartilha será lançada em outubro e será distribuída para os demais adolescentes da ONG e seus colegas de escola. A iniciativa é uma das atividades do projeto de pesquisa "Entre o desejo e o medo: Oficinas de trabalho como espaço de reflexão e empoderamento de adolescentes", desenvolvido por professores e alunos da Escola de Enfermagem da UFMG, com apoio do CNPq e da Pró-reitoria de Extensão da Universidade. O projeto envolve oficinas semanais para adolescentes entre 12 e 15 anos, que visam oferecer um espaço de reflexão e construção de conhecimento sobre saúde sexual e reprodutiva. Facilitadores A Escola de Enfermagem da UFMG, dentro do projeto de extensão "Oficinas de trabalho: uma proposta metodológica de educação em saúde reprodutiva para adolescentes e suas famílias", atua entre adolescentes e famílias da Vila Acaba Mundo. O projeto é coordenado pela professora Marta Araújo Amaral, que conta com o apoio de duas alunas bolsistas de extensão do curso de Enfermagem, Camila Alessandra de Brito e Larissa Resplandes Lopes Gandra. "Optamos por trabalhar com oficinas participativas, em que não predomina o papel tradicional do professor. Somos facilitadores nas discussões e avaliações", explica a professora Marta Amaral. O projeto foi iniciado em 2002 e já atendeu cerca de 50 adolescentes. A Associação Querubins fica na rua Correias 80, Sion.
A cartilha foi desenvolvida durante o primeiro semestre de 2006 e, para que o tema fosse melhor esclarecido, os próprios alunos trabalharam na elaboração da cartilha. Para tornar a publicação mais atrativa e caracterizá-la como produção de adolescentes, foi utilizada a técnica denominada "Soltando a imaginação": eles produziram desenhos sobre informação, relacionamento, transmissão e prevenção. Teatro, colagem e entrevistas foram outros recursos utilizados.