A professora Lúcia Gouvêa Pimentel, da Escola de Belas Artes da UFMG, foi eleita secretária-geral do Conselho Latino-americano de Ensino de Arte (CLEA), que representa os países da América Latina e do Caribe na International Society for Education Through Art (INSEA). A principal função desses conselhos regionais, de acordo com Lucia Gouvêa, é dar visibilidade às diferentes maneiras de se trabalhar o ensino de arte nas diversas regiões do mundo. Uma característica muito forte nos países da América do Sul e Caribe, que formam o Conselho Latino-americano, é o movimento no sentido de valorizar o ensino de arte formal na escola, tratando-o como área de conhecimento. No Brasil, onde a arte conquistou o status de área do conhecimento com a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB de 1996, uma das lutas travadas pelos representantes do CLEA é a de extinguir a antiga imagem do professor de "educação artística" – resquício, segundo a professora, dos tempos da ditadura militar. "Naquela época o mesmo professor ensinava, ou pelos menos tentava, já que não tinha formação especifica para isso, dança, teatro, música e artes plásticas. Eles eram de outras disciplinas que muitas vezes não tinham nada a ver com arte”, explica a professora, que é bacharel em Belas-Artes e mestre em Educação pela UFMG e doutora em Arte-Educação pela USP. Contratação de professores qualificados, adaptação física das escolas (que por lei devem ter uma sala para arte) e investimento em sistema de formação continuada para esses profissionais estão, segundo Lucia Pimentel, entre os fatores decisivos para o sucesso do modelo de ensino de arte proposto pelos membros do CLEA. Artista plástica e arte-educadora, Lúcia Pimentel coordena o curso de especialização em Ensino de Artes Visuais a Distância da Escola de Belas Artes e o grupo de pesquisas Ensino de Arte e Tecnologias Contemporâneas (CNPq).