Tentar romper com a padronização da mídia na cobertura de assuntos relacionados a favelas e seus moradores. Esta é a proposta de Angela Bacon, organizadora da exposição de fotos "Imagens do meu Mundo", produzidas em seu projeto de conclusão do curso de Comunicação Social da UFMG. A exposição permanecerá na sala 6 do Centro Cultural da UFMG, a partir do dia 6 de dezembro até 4 de janeiro, sempre das 10h às 21h (exceto sábado e domingo, quando a visita se encerra às 18h), na avenida Santos Dumont, 174, no Centro. De acordo com Angela Bacon, as fotos foram feitas durante as oficinas do Projeto Acolher, que apóia crianças em situação de risco social da região do bairro Carlos Prates, Noroeste de BH. Os trabalhos tiveram início em agosto deste ano. "Conseguimos diversas câmeras fotográficas por meio de doação e ainda ajuda financeira suficiente para a compra de todos os filmes necessários", destaca. Ponto de vista O projeto permitiu o deslocamento do ponto de vista, uma vez que as câmeras fotográficas estavam nas mãos das crianças e não mais de fotógrafos profissionais, de classes sociais mais favorecidas. O surgimento de imagens surpreendentes, carregadas da experiência dessas crianças, com enfoques inovadores sobre a realidade e a identidade das mesmas vieram como conseqüência. Os personagens deixaram de ser apresentados como vítimas passivas do quadro de desigualdade social em que vivem e ganharam enquadramentos inusitados e criativos. As pessoas interessadas em conferir o resultado da iniciativa terão a chance de visitar a exposição, que será itinerante, em pelo menos três locais distintos. A partir do dia 1º de dezembro as fotografias ficarão expostas, das 13h às 17h, no Centro de Educação São Francisco, na rua Espinosa, 1.007, bairro Carlos Prates. Do dia 6 de dezembro deste ano até 4 de janeiro de 2008, o trabalho ficará exposto no Centro Cultural da UFMG. Já no período de 10 a 31 de janeiro, as imagens poderão ser visitadas no espaço multimeios do Centro Cultural Lagoa do Nado, na rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904, bairro Itapoã.
Com o material necessário em mãos, a estudante pôde colocar em prática sua proposta de romper com a forma convencional de tratamento dispensado pelos jornais e demais veículos de comunicação a personagens ou cobertura de notícias originadas em favelas. Esse esforço tornou possível romper a tradição de abordagem do tema de forma associada à pobreza, ao desemprego e à criminalidade.