Divulgação - site Faculdade de Medicina |
Uma pesquisa da pós-graduação da Faculdade de Medicina da UFMG mostra que a maioria dos clínicos que atua na atenção básica em Belo Horizonte não sabe reconhecer o mieloma múltiplo, tipo de câncer sangüíneo que atinge os ossos, mais prevalente na população idosa e mais freqüente que a leucemia. A falta de informação sobre o mieloma tem impacto negativo na expectativa e na qualidade de vida dos portadores da doença. A conclusão é da médica Roberta Oliveira de Paula e Silva, do Ambulatório de Atendimento ao Portador de Mieloma Múltiplo do Hospital Borges da Costa da UFMG, em sua dissertação de mestrado Mieloma múltiplo: estudo prognóstico e verificação do conhecimento da doença em médicos que atuam na Atenção Básica à Saúde. O estudo foi orientado pela professora Nelma Cristina Diogo, do Departamento de Propedêutica Complementar da Faculdade de Medicina. O principal problema constatado pelo estudo, defendido no Programa de Pós-Graduação em Patologia da Faculdade de Medicina UFMG, é que os médicos da atenção básica não associam a ocorrência dos sintomas em pacientes idosos ao mieloma múltiplo. Ao todo, foram 135 profissionais entrevistados entre outubro e novembro de 2006. Para a co-orientadora do trabalho, Rosa Malena Delbone de Faria, coordenadora do Atendimento ao Portador de Mieloma Múltiplo do Hospital Borges da Costa e professora da UFMG, a falta de informação entre os médicos de atenção básica não se restringe ao mieloma múltiplo. “É preciso melhorar a qualidade da atenção básica de forma geral. E as escolas médicas têm esse papel, em parceria com as secretarias municipais de saúde”. O estudo propõe a ênfase na educação permanente dos médicos. Segundo a professora, os profissionais do Ambulatório de Atendimento ao Portador do Mieloma Múltiplo já trabalham na elaboração de um guia de orientações sobre a doença, que será distribuído entre os médicos das unidades básicas. Outra proposta é divulgar a pesquisa na rede de atenção básica à saúde de todo o país e promover programas educacionais em todo o território nacional. De acordo com a literatura médica, a incidência mundial do mieloma múltiplo é de quatro casos para cada cem mil pessoas, enquanto a da leucemia é de 1,6 casos para cem mil pessoas. O desconhecimento sobre o mieloma não é restrito a Belo Horizonte. No Brasil, não existem estatísticas sobre a prevalência da doença, mas sabe-se que ela vem aumentando, paralelamente ao processo de envelhecimento da população e ao crescimento do número de casos de câncer. Com informações da Assessoria de Imprensa da Faculdade de Medicina.O remédio