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Os softwares não acompanham a velocidade de crescimento do hardware, e quando isso for resolvido haverá ganho significativo de produtividade. A afirmação é do professor Karl Johan Åström, do Lund Institute of Technology, da Universidade de Lund, na Suécia, que fez uma conferência na manhã de hoje para a comunidade da UFMG, no auditório da Reitoria. Segundo ele, a tendência é da criação de programas baseados em componentes, o que facilita a padronização e possibilita que se parta de um ponto já atingido por outros estudos, aumentando a velocidade do desenvolvimento de softwares. A apresentação do cientista, sobre “A emergência e o desenvolvimento da área de controle”, foi apresentada e debatida pelo reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena, e pelo professor Fabio Jota, da Escola de Engenharia. Esta foi a última conferência do ciclo Sentimentos do Mundo, um dos pontos altos das comemorações dos 80 anos da Universidade. Ph.D. em Engenharia de Controle e Automação e em Matemática pelo Real Instituto de Tecnologia de Estocolmo, detentor de três patentes a autor de cinco livros, Åström abordou algumas das principais aplicações da tecnologias dos robôs, como aviões não tripulados, civis e militares, e automóveis. Apontou como característica atual do trabalho nessa área o fato de que as fronteiras de conhecimento estão sumindo, e com elas rivalidades como a que separava físicos e engenheiros. Ele lembrou que até os biólogos recorrem hoje ao conhecimento de sistemas. “Os biólogos reúnem hoje toneladas de informação, o que provocou o surgimento da biologia de sistemas, que permite conceituar e organizar esses dados”, contou ele, citando a Universidade de Harvard, que acaba de contratar 20 profissionais de várias áreas para trabalhar com biologia de sistemas. Åström enfatizou a clara interseção da área de controle com setores como física, matemática, computação e biologia, e recomendou que os especialistas adquiram conhecimentos dos campos correlatos. Os engenheiros de controle, por exemplo, segundo o cientista, devem conhecer mais de computação. Sobre a formação desses profissionais, Åström acrescentou que ela deve pregar o conhecimento profundo das áreas específicas e amplo das áreas vizinhas, a importância do trabalho em equipe, a consciência do dilema dos campos emergentes e a exploração dos avanços na computação.